quarta-feira, novembro 6, 2024
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Infestação de caramujos africanos em hortas preocupa moradores em Timóteo

TIMÓTEO – Um animal sem predador natural, que libera de 200 a 500 ovos de uma só vez e transmite doenças. Esse é o caramujo africano, presente em jardins e terrenos, e que impõe um grande desafio para ser eliminado. Os caracóis são perigosos e foram trazidos da África para o Brasil ilegalmente no início da década de 1980 para serem servidos como escargot. Mas não tiveram boa aceitação e foram descartados na natureza.

Em Timóteo, na sede do município, a infestação preocupa os moradores porque o crescimento do número de caramujos africanos nas casas não tem dado refresco aos moradores, que também não sabem e não são orientados pelas autoridades de saúde de como eliminar o que eles já classificam de praga. A espécie se adaptou bem ao clima e começou a se reproduzir rapidamente, principalmente pela fartura de alimentos e falta de predadores naturais. A multiplicação deles pode ser vista nas pequenas plantações domésticas, como hortas e jardins.

PREVENÇÃO

Os caramujos sobem e descem muros, atravessam a rua, ou seja, se deslocam no meio urbano de forma a encontrar um lugar aterrado para sobreviver e depositar seus ovos. Alguns ovos também podem ser depositados por pássaros, embora seja uma possibilidade mais remota. Passar cal no muro é uma forma de prevenção ao animal, já que a cal também o desidrata.

A infestação nas hortas é uma grande preocupação

PERIGOS

O caramujo africano pode transmitir duas doenças: a meningite eosinofílica e a estrongiloidíase. O verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica, pode se tornar parasita do caramujo africano de duas formas: penetração direta no corpo do molusco ou pela ingestão de fezes de roedores contaminadas. A infecção em humanos ocorre quando é feita a ingestão do muco (gosma) que o caramujo libera para facilitar o seu deslizamento. Por isso, é tão importante lavar e deixar de molho as hortaliças.

A doença tem evolução benigna, mas com sintomas que podem durar de dias a meses: distúrbios visuais, dor de cabeça forte e persistente, febre alta, e sensação de formigamento, queimação e pressão na pele. Nem sempre ocorre rigidez na nuca, como em outros tipos de meningites.

Já a estrongiloidíase é causada pelo verme Strongyloides stercoralis, que pode penetrar na pele do ser humano, atingindo os pulmões, traqueia e epiglote, e depois migrando para o sistema digestivo, tornando-se parasita do intestino. Os sintomas mais comuns são tosse seca, dispneia ou broncoespasmo, edema pulmonar; diarreia, dor abdominal; podendo ser acompanhada por anorexia, náusea, vômitos, dor epigástrica.

Em sua forma grave, a estrongiloidíase apresenta febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarreias manifestações pulmonares (tosse, dispneia e broncoespasmos e, raramente, hemoptise e angústia respiratória). Quando não tratada, pode levar à morte.

 

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