sábado, abril 20, 2024
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Seminário debate organização da rede de atendimento às mulheres vítimas de violência

TIMÓTEO – Na tarde da última quinta-feira (17), foi realizado o Seminário Sobre Violência Doméstica, evento promovido pelo Conselho dos Direitos da Mulher de Timóteo (CMDM) no mês de março, em meio à uma programação variada.

A vice-presidente do CMDM, Vera Antunes, na abertura do encontro, destacou a importância do papel de cada membro da rede atendimento às vítimas no enfrentamento da violência e nos avanços da conquista de direitos.

A secretária interina de Assistência Social, Jussara Nére, chamou a atenção para as ações que estão sendo desenvolvidas nos Centros de Referência da Assistência Social em todo o município, durante o mês de março, com a finalidade de conscientizar as mulheres.

A palestrante Beatriz Machado, excelentíssima Juíza de Direito Auxiliar Especial da Comarca de Timóteo, usou como exemplo várias cenas da série Maid (Netflix) para ilustrar as fragilidades do processo de acolhimento das vítimas de violência. Ao fazer “Reflexões Sobre Violência Doméstica – Vida e Arte do Enfrentamento em Rede”, a Magistrada destacou que uma em cada quatro mulheres brasileiras sofreu violência na pandemia, sendo que mais da metade dos feminicídios aconteceram dentro de casa. “A reflexão pela arte, a exemplo da série Maid, retrata a realidade sem apontar nossos próprios erros, trabalhando pensamentos e sentimentos”, relatou. Ela indagou aos participantes, o que vem depois da denúncia? “É necessário saber onde estão as instituições e como estas irão se organizar para oferecer prontidão no acolhimento, no momento exato das necessidades urgentes da vítima. É preciso treinar o olhar para entender as mulheres sem prejulgamentos e implantar estratégias de acolhimento que façam aquela mulher recuperar sua autoestima, falou a Juíza.

No protocolo de atendimento apresentado pelos sargentos da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica, Lindamar Oliveira e Weulle Santos, estão previstos a inserção da vítima e do agressor no serviço de prevenção após o boletim de ocorrência. Em seguida, é a presentada a Lei 11.340 e os tipos de violência descritos como crime. Na sequência, é feito contato com possíveis testemunhas, há o encaminhamento da vítima e o monitoramento da vítima e do agressor por um período até o encerramento do caso. Os integrantes da Patrulha relataram 84 atendimentos de violência contra mulheres no ano de 2021. Já em 2022, só no primeiro trimestre foram registrados 24 atendimentos.

A Promotora de Justiça Luciana do Prado sugeriu que o serviço de Saúde Mental fosse mais atuante principalmente nos casos de agressão de mães por seus filhos. É preciso trabalhar os agressores que na sua maioria são dependentes químicos ou possuem algum tipo de transtorno mental. Estes são os que mais descumprem as medidas protetivas. Sem ter para onde ir, continuam residindo com seus familiares e voltam a agredir”, pontuou Luciana.

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