quinta-feira, maio 2, 2024
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A polêmica jornada de trabalho de médicos e dentistas em Timóteo ainda perdura

TIMÓTEO – O Projeto de Lei de autoria do prefeito Douglas Willkys, que trata da jornada de trabalho dos médicos e dentistas da rede municipal de saúde, está pronto para ser votado em plenário na Câmara de Timóteo. Por 09 x 01 votos, as comissões de Constituição e Justiça, Saúde e Saneamento e Administração Pública liberaram o trâmite da matéria na tarde desta terça-feira (10). Médicos, dentistas e sindicato dos servidores públicos se posicionaram a respeito do assunto durante a reunião de comissões.

O PL da jornada de trabalho dos profissionais de saúde prevê a revogação do cumprimento da jornada por produtividade (Leis 3.544/2017, 3.589/2017 e 3.624/2018), e estabelece a exigência do controle de frequência e o cumprimento da carga horária de 20 horas semanais dos médicos e dentistas da rede pública municipal.

Dos 10 vereadores presentes | Raimundinho, Doutor Zé Fernando, Pastora Sônia, Thiago Torres, Luiz Perdigão, Adriano Costa Alvarenga, Fabiano, Brinnel, Beto Estofamento, Reygler, somente o vereador Doutor Zé Fernando votou contra a tramitação do projeto. O professor Ronaldo estava presente, porém não vota porque não é membro de nenhuma das comissões. Ausentes os vereadores Wladimir Geraldo de Lana, o Careca, Geraldo Gualberto, Vinicius Bim e Nelinho da Copasa

Relator da matéria, o vereador Adriano Alvarenga votou favorável à proposição. Segundo ele, à época da discussão das leis em 2017,  que alterou a forma de contabilizar o cumprimento da jornada de carga horária para número de pacientes atendidos, o objetivo era melhorar o atendimento. “Conforme dados da secretaria de Saúde, a demanda reprimida de atendimentos é alta; o problema não foi resolvido. Se a lei estivesse sendo cumprida por todos, estes números seriam diferentes. Portanto, a lei tem que ser reexaminada”, observou.

O vereador também pontuou sobre o tratamento diferenciado  dado aos servidores. “Nós também somos provocados quanto à questão da isonomia, vez que para um grupo de servidores há flexibilização da carga horária e para outros não”, ponderou. Ainda segundo Alvarenga é necessário fiscalizar o cumprimento da jornada, vez que as leis em vigor determinam sanções – inclusive com perda salarial – aos profissionais que não cumprem as metas de atendimentos. “Na votação da matéria em plenário, vamos convocar o secretário de Saúde para saber se tais mecanismos foram utilizados”, disse.

A falta de fiscalização por parte da Administração também foi questionada pelo representante do Sindicato dos Servidores Municipais de Timóteo (Sinsep), Israel dos Passos. “O ponto principal não é a revogação ou não da lei, é a falta de fiscalização do Executivo. Se não existir uma fiscalização efetiva, independente se médicos e dentistas cumprirem 4 horas diárias ou atenderem um determinado número de pacientes, a situação não vai ser resolvida”, defendeu.

Tramitação

Conforme o presidente da Câmara de Timóteo, Luiz Perdigão, o projeto de lei chegou à Casa Legislativa em setembro do ano passado, mas como os vereadores não tinham segurança para votá-lo, ele foi retirado de pauta. “Voltamos à análise da matéria e hoje ela foi aprovada nas comissões, após ouvirmos todas as partes (secretaria de Saúde e representantes dos médicos e dentistas). Agora ela será apreciada em Plenário e cada vereador dará seu voto, de acordo com sua consciência e seu entendimento”, explicou. A previsão é que o PL seja apreciado em Plenário na reunião ordinária da próxima quinta-feira (19/05).

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