quinta-feira, abril 25, 2024
DestaquesPolíticaSem categoria

Prefeitos, vereadores e moradores lotaram a Audiência Pública na Assembleia sobre a taxa de esgoto

Um dos autores do requerimento para a realização da audiência, é o deputado Arlen Santiago (PTB)

Belo Horizonte (Fotos PCReis) – Em audiência pública nesta terça-feira (3), em Belo Horizonte, representantes de municípios do interior de Minas relataram diversos problemas de abastecimento de água relacionados a obras realizadas pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e pela Copasa Serviços de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais S/A (Copanor). A Audiência da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), contou com a presença de representantes das empresas.

Um dos autores do requerimento para a realização da audiência, deputado Arlen Santiago (PTB), citou uma quantidade enorme de casos, com foco na região Norte do Estado. “Não é de hoje que a Copasa e a Copanor têm problemas na prestação de diversos serviços. Uma obra de R$ 150 milhões, para buscar água do Rio Tanque, que não tem água suficiente nem para os municípios que banha. Em Pedra Azul, 17 caminhões pipa buscam água no Jequitinhonha porque a barragem lá feita está assoreada. Pagam caminhão no lugar de fazer uma barragem nova e resolverem o problema em definitivo. No Rio Araçuaí, quatro municípios despejam esgoto em natura. Quantos outros rios estão na mesma situação? Faltam informação e diálogo”.

O presidente da Câmara de Fabriciano, Adriano Martins, pediu na Audiência Pública a revisão da Taxa de Esgoto. “A Copasa está sangrando o povo de Coronel Fabriciano”.

Representando o município de Coronel Fabriciano, o presidente da Câmara Municipal, vereador Adriano Martins, usou a tribuna para denunciar os “absurdos” que a empresa comete contra a população de Fabriciano. Adriano questionou os serviços da empresa na cidade e a cobrança indevida da Taxa de Esgoto. “Vou protocolar na Agencia Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais – ARSAEMG, um pedido de fiscalização dos serviços prestados pela Copasa, porque a população está pagamento para a empresa poluir os córregos e o nosso rio Piracicaba”, denunciou. De Fabriciano também esteve presente o vereador Thiago Lucas.

De São João do Paraíso (Norte de Minas), a vereadora Selma Morais relatou falta de diálogo com a Copanor e a responsabilização do Executivo sobre aspectos que deveriam ser da empresa. “Os anos passam e os problemas continuam no município. Temos várias leis sobre abastecimento, que criamos e não são cumpridas. Quero saber quais os deveres da Copanor com a nossa cidade, porque eles culpam todo mundo. E, se reclamamos, ficamos com receio de cortarem o fornecimento e a população achar que não estamos fazendo nada. E esses problemas não impactam as altas taxas de cobrança”, enfatizou.

Cristiane Schwanka

A diretora de Relacionamento e Mercado da Copasa, Cristiane Schwanka, afirmou que a empresa deverá repactuar os contratos com os municípios para os quais presta serviço. “Sabemos que temos obrigações não cumpridas e que deverão ser repactuadas. Ou se cumpre ou se muda. Nossa gestão não fugirá desse debate. Estamos de portas abertas para conversar com cada um de nossos contratantes”, disse. Ela destacou que a Copasa “não é uma agente poluidora”.

O diretor de Operações da Copasa, Guilherme Frasson Neto, enfatizou que saneamento básico é um desafio no Brasil. Ele se comprometeu a tomar providências em relação a todas as demandas mencionadas. “Acompanhei reuniões semanais com a equipe de Montes Claros (Norte de Minas) e vi os esforços da Copanor para equipar poços e aprimorar a malha de abastecimento na região. O projeto do São Francisco está concluído e, em 50 dias, deverá ter licitação para complementar o empreendimento e captar água. Não é fácil, são centenas de milhões de reais gastos a partir da renovação da concessão em Montes Claros, há cerca de um ano”, completou.

O deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB) ressaltou que a Copasa precisa “aprender a ouvir o cidadão, suas reclamações e rever os seus procedimentos”. A deputada Leninha (PT) reforçou que a água de qualidade é direito de todos. “Acredito que a empresa não recebeu os investimentos que merecia para nos atender nos últimos 20 anos. Privatizar não é a solução. A Copasa deve continuar pública, com investimentos e planejamento estratégico”, concluiu a parlamentar.

Compartilhe em suas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *