sexta-feira, novembro 21, 2025
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Deputados da oposição e sindicalistas repudiam privatização da Copasa

REDAÇÃO – A proposta de privatização da Copasa recebeu críticas de sindicalistas e parlamentares da oposição na tarde de terça-feira (18/11/25), durante audiência realizada pela Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Eles chamaram a atenção para o risco de aumento de tarifas e de comprometimento da qualidade dos serviços de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgoto.

A venda da Copasa consta no Projeto de Lei (PL) 4.380/25, do governador Romeu Zema, que aguarda parecer de 1º turno da Comissão de Administração Pública. A operação integra o pacote de medidas incluídas no Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag), por meio do qual o Governo do Estado pretende amortizar a dívida de Minas Gerais com a União.

Os parlamentares oposicionistas, que solicitaram a realização da audiência pública, reclamaram da falta de informações técnicas para fundamentar a necessidade de desestatização da Copasa. Assim argumentou a deputada Beatriz Cerqueira (PT), que considerou o PL 4.380/25 desnecessário e criticou o Governo do Estado pela decisão de vender a empresa.

Já a deputada Bella Gonçalves (Psol) manifestou preocupação com a continuidade dos contratos firmados pela Copasa com os municípios. A parlamentar lembrou que, no contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a manutenção do controle acionário pelo Estado é condição para a continuidade da prestação de serviços pela empresa. Segundo ela, não houve consulta à PBH sobre a proposta de privatização. Por sua vez, lideranças sindicais alegaram que não há necessidade de privatizar a Copasa.

Um dos temores com uma eventual privatização da Copasa é a demissão de funcionários da companhia

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água (Sindágua), Eduardo Pereira de Oliveira, disse que a falta de coleta e tratamento de esgoto se dá nos municípios que não contrataram a prestação do serviço pela empresa. No seu entendimento, a Copasa poderia servir ao Governo do Estado para atingir as metas do Marco Legal do Saneamento Básico.

O coordenador do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento, Amauri Pollachi, alertou para o risco de oligopolização dos serviços de saneamento básico em todo o Brasil. Segundo ele, as privatizações levaram ao domínio do setor por cinco grupos econômicos, que pertencem a fundos de investimento sediados no exterior.

Segundo Amauri Pollachi, os efeitos negativos da privatização já podem ser observados em São Paulo, onde a Sabesp passou a ter como principal acionista a Equatorial Participações e Investimentos. O especialista disse que os volumes elevados de investimentos provocaram alta de custos e aumento de tarifas. Ele ainda informou que os programas de demissão voluntária adotados pela empresa resultaram no enxugamento de metade do quadro de pessoal.

Fonte: ALMG

 

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