sábado, agosto 2, 2025
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Operação Amparo: 47 suspeitos de violência contra a mulher são presos

REDAÇÃO – Com 47 prisões efetuadas, 88 mandados de busca e apreensão cumpridos e quase 600 visitas tranquilizadoras realizadas, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deu início, hoje (1/8), à operação Amparo. A ação marca o começo do Agosto Lilás — mês de enfrentamento da violência contra a mulher – e ocorre em todo o estado, com foco na responsabilização de agressores e no fortalecimento da rede de proteção às vítimas.

Para este primeiro dia de trabalhos, foram mobilizados, nas diferentes regiões do estado, 600 policiais civis, inclusive de grupos de apoio ligados à Coordenadoria de Operações Estratégicas (COE), com emprego de 200 viaturas.

Rompimento do silêncio

Durante a apresentação do resultado da Amparo em Minas Gerais, a chefe da Polícia Civil, delegada-geral Letícia Gamboge, reforçou a importância da denúncia dos casos de violações, tema do Agosto Lilás da PCMG em 2025: “Quebre o ciclo da violência contra mulher”. Para tanto, são disponibilizados os disques 180, 181, 197 e 190, a Delegacia Virtual, além do registro presencial nas delegacias de polícia.

“O silêncio pode até matar, e quaisquer situações que configurem alguma forma de violência – física, emocional, patrimonial, moral – deverão ser denunciadas. O mais importante é que não haja silêncio por parte da mulher vítima, porque as forças de segurança, em especial a PCMG, não tolerarão esse tipo de violência. Nós precisamos ter os registros de ocorrência para que possamos atuar em prol da defesa dessas mulheres”, ressaltou Gamboge.

A delegada destacou, ainda, os esforços da instituição para o atendimento cada vez mais qualificado às vítimas, além da repressão aos autores. Gamboge informou que, em fevereiro, houve o lançamento do projeto PCMG Por Elas, voltado à estruturação de ações e medidas por parte da Polícia Civil no combate efetivo à violência contra a mulher.

Estrutura

Nas diferentes regiões de Minas, atualmente funcionam 70 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), e nos demais municípios os casos são tratados nas respectivas delegacias locais. “Estamos instalando as Salas Lilases junto às nossas Delegacias de Plantão, para que tenhamos mais capilaridade, que essa mulher possa ser acolhida nas nossas unidades em todo o estado”, adiantou.

Ainda no que diz respeito à estrutura, Gamboge pontuou as adequações prediais das Deams já existentes e a implantação dos Núcleos Especializados de Atendimento à Mulher, hoje presentes em Andradas (Sul de Minas), Lagoa Santa (região metropolitana) e Conceição das Alagoas (Triângulo Mineiro), com inaugurações previstas para Mariana (região Central) e Coronel Fabriciano (Vale do Rio Doce).

A PCMG também conta, em Belo Horizonte, com a Casa da Mulher Mineira, espaço de acolhimento e encaminhamento da vítima à rede assistencial, e o Núcleo de Combate ao Feminicídio, vinculado ao Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Outra preocupação é com a capacitação dos servidores. “A nossa Academia de Polícia oferece cursos para que tenhamos uma equipe cada vez mais especializada e capacitada para o acolhimento da mulher não só nas delegacias especializadas, mas nas unidades em todo o estado de Minas Gerais”, acrescentou a chefe da PCMG.

Indicadores

Por fim, Letícia Gamboge citou a diminuição dos casos de feminicídio ao comparar o primeiro semestre de 2025 com o mesmo período de 2024. “Os números demonstram que esse trabalho árduo das forças de segurança, esse trabalho investigativo da Polícia Civil, tem trazido resultados na redução do crime de feminicídio em 9,64% [de 83 casos para 75”, mencionou a delegada, citando ainda o volume de expedientes de medidas protetivas enviados à Justiça, que já supera 37 mil neste ano.

Crimes sexuais

Em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, a operação Amparo mirou investigados por divulgação ilegal de conteúdo íntimo em redes sociais e aplicativos de mensagens, além de violência doméstica. A ação é resultado de investigações conduzidas pela Deam no município após diversas vítimas — adolescentes e mulheres adultas — denunciarem o vazamento de fotos e vídeos sem autorização.

De acordo com as apurações, o material era compartilhado em grupos com mais de mil participantes, criados para disseminar boatos locais. Foi levantado, ainda, que além de cobrarem para a inclusão de novos membros nos grupos, os administradores expunham os perfis de redes sociais das vítimas com o conteúdo pornográfico.

“A gravidade do caso gerou forte comoção social e revolta entre as vítimas. A Polícia Civil identificou dezenas de números telefônicos envolvidos nos compartilhamentos e representou pela busca e apreensão dos aparelhos utilizados nos crimes”, informou a delegada titular da unidade especializada, Mellina Clemente.

Durante a operação, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão relacionados com os crimes virtuais, sendo recolhidos celulares, computadores e notebooks, que serão submetidos à perícia para identificar outros envolvidos e novas vítimas. Além disso, dois alvos foram presos em flagrante por armazenar material pornográfico infantil, crime previsto no art. 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Ainda no âmbito da Amparo, outros dois mandados foram cumpridos em casos de violência doméstica, referentes a ameaça e descumprimento de medidas protetivas. Em um dos endereços, os policiais apreenderam uma espada que era usada para intimidar a vítima com ameaças de morte.

Feminicídio de idosa

Em Passos, região Sul do estado, também no âmbito da operação, foi cumprido mandado de prisão preventiva contra um homem, de 44 anos, suspeito de matar a sogra, de 92. Segundo apurado pelas equipes de investigação de homicídios e da Deam local, o crime ocorreu após uma discussão decorrente de furtos que teriam sido cometidos pelo suspeito para a compra de drogas. A idosa chegou a ser hospitalizada, mas morreu dias após sofrer as agressões.

Também foram realizadas 15 visitas tranquilizadoras às vítimas com medidas protetivas vigentes, bem como o levantamento de eventuais descumprimentos. “Ressalto a importância do requerimento de medidas protetivas de urgência pelas vítimas ao primeiro sinal de violência”, reforçou a titular da Deam em Passos, delegada Mariana Fioravante.

Por ASCOM-PCMG

 

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