Deputados mineiros reivindicam melhorias em estradas de Minas
REDAÇÃO – A situação precária de várias estradas do Estado pautou pronunciamentos de deputados na tribuna do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) durante Reunião Ordinária nesta terça-feira (31/5/22). Uma das críticas foi, justamente, ao pacote de obras de aproximadamente R$ 2 bilhões, anunciado pelo governo na reta final de sua gestão e apontado como “eleitoreiro”.
“Esse governo investiu menos em infraestrutura, mesmo tendo recursos. O governador Romeu Zema já disse que as estradas mineiras estão piores que as da Ucrânia, num claro atestado de incompetência. E agora anuncia um programa”, criticou o deputado Cristiano Silveira (PT). Para ele, o Executivo faz uma “enrolação”, com vistas às eleições.
Já o deputado Carlos Pimenta (PDT) reivindicou melhorias na estrada que liga Montes Claros a Coração de Jesus, passando pelo distrito de São João da Vereda, no Norte de Minas. Segundo ele, a via está danificada por obras da Copasa e é importante para escoamento da produção de hortifrutigranjeiros.
Já Virgílio Guimarães (PT) voltou a defender a estadualização de estradas menores e importantes para Minas, para que o Estado faça melhorias com recursos de um provável novo acordo com a Vale e BHP Billiton, relativo ao desastre de Mariana (Região Central). “Essa é uma oportunidade para a Assembleia se apresentar com a mesma altivez do acordo anterior”, pregou, referindo-se ao acordo de Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte).
Ele sugeriu que a ALMG estabeleça uma lista de projetos prioritários, a partir de demandas já recebidas e prepare sugestões para o Executivo. Como exemplo, o parlamentar mencionou o rodoanel de Juiz de Fora (Zona da Mata).
Por outro lado, Carlos Pimenta elogiou o Executivo e voltou a comemorar a construção de três pontes sobre o Rio São Francisco, anunciadas pelo governador Romeu Zema. A primeira delas, entre os municípios de São Francisco e Pintópolis, ambos no Norte de Minas, já tem canteiro de obras instalado, de acordo com o parlamentar.
Burocracia ambiental trava projetos
O mesmo deputado Carlos Pimenta usou o caso de uma mineradora com atividade paralisada em Riacho dos Machados (Norte de Minas) para criticar a burocracia de setores da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). “Houve uma grande preocupação no município. São mais de 1.200 trabalhadores na mineradora. Felizmente conseguimos resolver a demanda”, enfatizou.
Na visão do parlamentar, as questões ambientais em Minas não são claras porque as empresas que cumprem toda a legislação são alvos preferidos, enquanto as que deveriam ser paralisadas não são. “Minas tem leis mais rigorosas que as federais, o que afasta os investidores. Há centenas de projetos de instalação de energia fotovoltaica parados na Semad”, afirmou.
A autorização para mineração na Serra do Curral também voltou a ser lembrada pelo deputado Cristiano Silveira, para quem o governador é inimigo do meio ambiente. O deputado petista fez críticas generalizadas a Romeu Zema, a começar por sua “obsessão pelo PT e pelo ex-governador Fernando Pimentel”. “Os mineiros votaram nele para resolver problemas, mas ele vai deixar um muro de lamentações. Sua maior obra é falar mal do governo passado”, reforçou.
Entre várias críticas, Cristiano Silveira citou o ingresso em juízo do Executivo para o não cumprimento do piso da educação e a falta de investimentos em casas populares, hospitais, escolas e estradas. No âmbito nacional, também listou a posição contrária do Partido Novo à instituição do piso nacional da enfermagem e ao auxílio emergencial para a cultura.
ELEIÇÕES
Ainda tratando das críticas ao PT, Cristiano Silveira questionou se o Brasil ficou melhor com a saída do partido da Presidência. “Venderam que a solução para o País era a saída do PT. E o que tivemos foi congelamento de gastos, fim das reservas cambiais e reformas que tiraram direitos dos trabalhadores”, afirmou. Por fim, ele relacionou Romeu Zema como um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro.
Na defesa do atual presidente, o deputado Bruno Engler (PL) afirmou que o País não quer a volta da “bandalheira e da corrupção” representadas pelas candidaturas de Alexandre Kalil em Minas e de Lula no âmbito federal. “São canalhas que se uniram para destruir nosso Estado e nosso País”, disse. Ele ainda questionou as pesquisas que apontam o favoritismo de Lula.
O parlamentar argumentou que o Ministério Público de Contas apontou rombo de R$ 20 bilhões na previdência dos servidores da Prefeitura de Belo Horizonte, durante a gestão de Kalil. “Ele aprendeu com o novo aliado. Quem não se lembra do rombo na previdência dos Correios?”, questionou.
CACS
Bruno Engler também questionou o governador Romeu Zema sobre uma nova diretriz que estaria sendo empregada na abordagem aos caçadores, atiradores e colecionadores de armas, os chamados CACs. Segundo ele, esse público passa por rigoroso processo de credenciamento e pode transitar com arma carregada entre a residência e o clube de tiro. Mas estariam sendo levados às delegacias, mesmo apresentando documentação regularizada.
ZAIRE REZENDE
Por solicitação do deputado Virgílio Guimarães, o Plenário também dedicou um minuto de silêncio a Zaire Rezende, ex-deputado federal e ex-prefeito de Uberlândia (Triângulo Mineiro), falecido nesta terça-feira (31), aos 90 anos de idade.
