quinta-feira, abril 25, 2024
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Macaco Tião, o chimpanzé que se candidatou à prefeito do Rio, inspira personagem de livro infantil


REDAÇÃO – Em “Incêndio no Museu”, que será lançado dia 26, o macaco e outros animais são os heróis que ajudam a apagar o fogo da instituição científica mais antiga do país

Quem tem mais de 35 anos certamente se lembra do Tião, o macaco esperto e carismático que quase virou prefeito da cidade do Rio de Janeiro ao ter recebido 400 mil votos de protesto da população, em 1988. Ele era tão querido que, quando morreu, aos 33 anos, em 1996, foi decretado luto oficial no Rio e a morte saiu até na primeira página do jornal francês “Le Monde”. Quando pequeno, antes de viver enjaulado, Tião andava abraçado ao seu cuidador e até ajudava a dar comida aos outros animais do zoológico.

Escritora Isa Colli em seu novo livro

Pois o chimpanzé que marcou a história do Rio virou inspiração para a escritora Isa Colli em seu novo livro “Incêndio do Museu”, que chega às livrarias e sites na próxima segunda (26). Na história, Tião ganha o nome de Lincon. Ficção e realidade se misturam na trama que relembra o trágico incêndio no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, ocorrido em setembro de 2018. No enredo de Isa Colli, o macaco lidera a bicharada e ajuda os bombeiros a apagarem as chamas que consumiram a instituição científica mais antiga do país.

“Eu nasci no Espírito Santo, hoje moro na Bélgica, mas vivi muitos anos no Rio de Janeiro e sempre tive paixão pelo Museu Nacional, pelo Jardim Zoológico e pelo macaco Tião. Quando aconteceu o trágico incêndio, fiquei muito emocionada e passou um filme na minha cabeça das tantas tardes que passei na Quinta da Boa Vista. Um tempo depois, me veio a inspiração para escrever o livro e quis homenagear o Tião”, conta Isa Colli.

O novo título, publicado pela editora Colli Books, mostra às crianças a valorização daquele espaço tão importante, que um dia abrigou a família imperial. Uma das cenas marcantes é o resgate do crânio de Luzia, o fóssil mais antigo das Américas. Na ficção, a bicharada também consegue salvar o meteorito Bendegó, que na vida real foi encontrado intacto depois do incêndio.

Os animais dão exemplo de heroísmo ao encarar as chamas para recuperar outras peças arqueológicas e relíquias do acervo.

Para Isa, nada trará de volta o que as chamas consumiram naquele dia, mas ela conta que esta obra é oportuna para falar sobre a prevenção do nosso patrimônio.

“Para as crianças que não conheceram o museu, eu trago um pouco das riquezas daquele local e, ao mesmo tempo, alerto que precisamos cuidar dos nossos bens culturais”, ressalta.

A escritora ainda comenta que o livro é uma oportunidade para as famílias relembrarem curiosidades sobre o espaço onde nasceram Dom Pedro II e a Princesa Isabel e poder repassar estas memórias aos seus filhos.

Conheça a história

Os bichos do Jardim Zoológico, na Quinta da Boa Vista, desanimados pelo abandono, levavam a vida sem grandes ambições. Somente Lincon, o chipanzé, sonhava em tirar todos os amigos daquele local. Até que uma tragédia mudou a vida de todos por ali. O museu que ficava nos fundos da Quinta estava em chamas. A bicharada se mobilizou para ajudar, mas o incêndio destruiu parte dos 200 anos de história. Agora, era preciso lutar para salvar o que fosse possível e pensar na reconstrução. Os animais, mais uma vez, não decepcionaram. Uma lição de solidariedade, amizade, amor à cultura e respeito ao nosso passado histórico.

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