sexta-feira, abril 26, 2024
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TEMPO PASCAL, QUE BOM: TUDO É NOVO!

Margarida Drumond de Assis – Escritora

Sábado santo. Véspera da Ressurreição de Jesus, um marco na história dos homens e que temos a graça de renovar, anualmente. Este fato espetacular nos dá a chance de perceber que tudo se torna novo. O que era triste ficou para trás, Jesus que estava morto e foi sepultado, venceu a escuridão e voltou à vida, e, assim, a partir dessa passagem, entramos em um novo tempo, o Tempo Pascal, iniciado no domingo da Ressurreição e que vai até o domingo de Pentecostes. Então nos perguntamos como viver a Páscoa em nossa vida? É preciso ver o ensinamento que nos fica das lembranças da semana Maior, na qual recordamos o amor radical de Jesus, entregando-se para nossa redenção.

Nas celebrações da Semana Santa, recordamos que Jesus, mesmo sendo Deus,  morreu porque em tudo assumiu a condição humana, assumiu nossos pecados (I Pd 2,24); a sua morte foi consequência da missão terrena que cumpriu (Jo 10, 17-18); e, ressuscitou para nunca mais morrer (I Cor, 15,20) . Conforme Paulo em sua carta aos Hebreus (9,27), morremos uma só vez, porque vivemos uma única vez, a exemplo de Jesus conosco, 2019 anos atrás.

A vida de grandes homens e mulheres da Igreja mostram a importância de seguir o Mestre, atendendo-o quando ele afirma ser o próprio Caminho, não há outro senão Ele mesmo para chegar ao Pai. Mas é preciso coragem e força. Convém desprender-se de si, senão o caminho torna-se arenoso, atravancando os passos. Neste ínterim, o maior exemplo que nos vem, não nos esquecendo dos grandes nomes do Antigo Testamento,  é o de Maria. “Sim!”, disse a virgem, quando o anjo Gabriel lhe fez o anúncio de ter sido ela a escolhida para Mãe de Jesus. E, ele, enquanto criança, lhe despertou preocupações, como  na ocasião em que deixara de lado os pais, ela e o virtuoso São José, ficando a pregar para os doutores da lei. No entanto, Maria prosseguiu guardando tudo em seu coração e não se afastou da missão; estava aos pés da cruz, quando ele, antes de morrer, a entregou como nossa Mãe, dizendo ao discípulo amado, João,  “Filho, eis aí tua mãe”; e a ela, “Mãe, eis aí teu a filho”.

Dentre tantos testemunhos do seguimento ao Chamado, vem-me o do espanhol Francisco Xavier (07.04.1506), padroeiro das missões, conforme recordações de quando eu escrevia Dom Luciano, especial dom de Deus, portanto, lendo a vida do fundador da Ordem dos jesuítas: Inácio de Loyola. Estava Francisco secretariando Inácio, quando este disse ao amigo: “Mestre Francisco, sabeis que o Papa quer  enviar dois de nós à Índia. Escolhemos Rodrigues e Bobadilla, mas este, agora, ficou doente. Então, esta é a sua empresa!” Imediatamente, respondeu Francisco: “Estou pronto”. E o destemido e intrépido discípulo se tornou o Apóstolo das Índias e do Japão, dele ficando outra congregação religiosa, a dos Xaverianos.  Maria, a primeira discípula; Xavier, um dos marcos da Igreja no cumprimento da missão, como o próprio Inácio, Francisco de Assis e Afonso de Ligório, fundador dos Redentoristas. E, no passar dos anos, muitos continuam a importante jornada, mostrando que um novo mundo é possível. São pessoas como Irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá, Dom Hélder, Dom Luciano, Dom Lara, Padre Antônio de Urucânia, Irmã Mônica Leclercq, Padre Abdala Jorge, o Papa Francisco e outros de quem, decerto, você mesmo se lembrou agora. Ainda outro dia, Quinta-Feira, vivenciamos a Santa Ceia e  o Lava-Pés, recordando a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Quanto é bom sabermos que as vocações continuam sendo despertadas! É a resposta ao apelo de Jesus:  “Ide a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores” (Mt 28, 19).

Como os sacerdotes e demais membros do Clero, assim procedem os Irmãos e Irmãs de várias congregações religiosas. Também nós, leigos, somos convocados a participar da missão. Aliás, os cânones 228 e 230 do Código Canônico rezam que “aos leigos é reconhecida a possibilidade de serem assumidos pelos pastores para exercer ministérios nos Conselhos da Igreja e nas ações litúrgicas”. Se, ainda assim, não quisermos pertencer a uma Pastoral, cumpre-nos ser testemunhas vivas do Cristo que habita em nós; assim fazendo, o tempo pascal será permanente em nosso meio.

Brasilia, 20 abril de 2019.

Margarida Drumond  de Assis é professora, jornalista e autora de vários livros, dentre os quais Dom Lara: vida de amor, testemunho de caridade; Padre Antônio de Urucânia, a sua bênção; Eu já nasci padre! e Irmã Mônica, caminho de Providência.

Contatos: (61) 98607-7680 margaridadrumond@gmail.com www.margaridadrumond.com

 

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