Ministério da Saúde pede documentos complementares da CPI dos Remédios de Timóteo
TIMÓTEO – O Ministério da Saúde manifestou nesta quinta-feira (14) a respeito da Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI, instaurada na Câmara Municipal de Timóteo, que investigou a suposta compra de medicamentos sem a devida entrega no almoxarifado da prefeitura, no governo do ex-prefeito Geraldo Hilário Torres.
Além de manifestar a respeito do assunto, o Ministério da Saúde solicitou do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, vereador Geraldo Gualberto, cópia de documentos e outros comprovantes que completam o relatório final da comissão. Possivelmente na próxima segunda-feira (18) a documentação solicitada será encaminhada ao Ministério da Saúde.
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NOVO PROTOCOLO
Além dos relatórios enviados via correio no final do último mês de janeiro, os vereadores Fábio Campos Binha, Wladimir Geraldo de Lana e Alexandre Maria, em viagem à Brasília nesta semana, protocolaram o mesmo relatório diretamente no Ministério Público Federal e Ministério da Saúde.
Agora, o relatório da CPI dos remédios completa a sua rota em todos os órgãos que tem obrigação de punir com rigor os envolvidos na situação, caso o relatório da CPI tenha apresentado provas suficientes. Para constar, o relatório já está distribuído para: Ministério Público Estadual e Federal, Ministério da Saúde, Polícia Civil, Gaeco, Procuradoria da PMT, Polícia Federal, Tribunal de Contas do Estado e União.
O QUE APONTOU O RELATÓRIO
No relatório entregue as autoridades constam vários depoimentos colhidos, bem como documentos obtidos, que revelaram o mau uso dos recursos públicos para aquisição de medicamentos e que não foram entregues no almoxarifado da prefeitura.
Durante os trabalhos da Comissão, houve uma tentativa frustrada de desqualificar o brilhante trabalho que vinha sendo feito pelo relator Geraldo Gualberto e por todos os membros da CPI. Uma testemunha que ainda poderá ser processada pelo relator da CPI, teceu várias acusações infundadas contra a atuação da relatoria, que por fim, não conseguiu provar o que havia apenas apresentado numa certidão pública.
FLUXO DE ENTRADA E SAÍDA DE REMÉDIOS
O JBN teve acesso ao relatório da CPI, oportunidade em que observou em um dos trechos do depoimento de uma servidora pública efetiva, a afirmação de que “algumas vez chegava medicamentos sem nota fiscal. Que a entrada do medicamento era feita sem o valor, apenas pela quantidade”.
Outro ponto observado pela reportagem do JBN no relatório, nas folhas 35 v, a auditoria dos medicamentos apontou que: “algumas notas fiscais localizadas nas gavetas do almoxarifado, já atestadas como recebidas e não foram sequer recebidas e muito menos lançadas no Viver (Sistema). Apenas diretamente na Contabilidade. Em relação à contagem física de itens do almoxarifado (inventário) e verificação no sistema Viver, apresenta inúmeras divergências, sempre com quantitativo físico menor do que se apresenta no sistema (…)”
Conforme explicou o relator, vereador Geraldo Gualberto, ficou evidente que parte das diferenças existentes entre o sistema contábil e sistema de estoque podem ter ocorrido pelo lançamento de produtos sem valor no sistema de estoque (recebimento de nota).
“Contudo, a razão da ocultação de notas fiscais para lançamento imediato no momento do recebimento da mercadoria, reforça indícios de irregularidades na gestão e fiscalização do contrato”, apontou o relatório. Ainda, na quebra de sigilo fiscal de algumas pessoas, a CPI identificou “notável acréscimo patrimonial, incompatível com os rendimentos recebidos”.
“Na esteira do elenco de fatos expostos no relatório, entendemos ser necessária e urgente uma ação mais efetiva dos poderes públicos instituídos que resulte no maior controle e fiscalização dos atos praticados pelos agentes políticos”, explicou o relator da CPI Geraldo Gualberto.
“Nós chegamos à conclusão, com base na análise documental e nos depoimentos colhidos que houve um mau uso dos recursos públicos para aquisição de medicamentos, recursos estes utilizados sob a aparente legalidade do processo licitatório, Pregão Presencial nº 002/2018, cuja contratação se deu sob indícios de irregularidades, apontadas no relatório”, informou o relator.