quinta-feira, abril 25, 2024
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Consultório na Rua em Ipatinga amplia equipe com a inclusão de médico

IPATINGA – A Secretaria Municipal de Saúde ampliou a equipe do Consultório na Rua (eCR) de Ipatinga com a incorporação de um profissional médico. O programa foi instituído pela Política Nacional de Atenção Básica e visa o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde. No município, a equipe é organizada na modalidade II, formada até então por seis profissionais, sendo uma psicóloga, uma assistente social, uma enfermeira, dois agentes sociais e uma técnica. Agora, com a inclusão de uma médica, o município poderá solicitar à Gerência Regional de Saúde a viabilidade para que o Consultório na Rua seja enquadrado na modalidade III, o que permite mais recursos para este tipo de atendimento.

O consultório funciona de 7h às 13h. Até então, a equipe não contava com um médico com dedicação integral ao projeto. O prefeito Nardyello Rocha lembra que quando a equipe detectava a necessidade de atendimento de um médico, o mesmo era requisitado junto a uma Unidade de Saúde do município. “Mesmo com os atrasos de repasses na área da saúde por parte do Governo do Estado, não vamos deixar de trabalhar diuturnamente em prol da melhoria dos serviços ofertados à comunidade. Pela primeira vez na história do Consultório na Rua temos um médico da rede com dedicação integral ao projeto, e isso é um ganho muito grande, principalmente para nossa população em situação de rua. Vamos crescer e muito, não somente na qualidade, mas principalmente na forma humana da gente tratar essas pessoas em condição de vulnerabilidade”, disse o gestor.  

O Consultório na Rua de Ipatinga realiza em média 15 atendimentos por dia. A eCR identifica o indivíduo em situação de rua, cadastra e levanta as necessidades traçando um plano de cuidados. Em situação de urgência e emergência, nos casos de saúde mental, traumas ou violência, aciona-se o SAMU, Polícia Militar, Bombeiros e os serviços do Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

O trabalho da equipe é realizado de forma itinerante e se adequa às demandas das pessoas em situação de rua. Os atendimentos são feitos diariamente na parte da manhã. “O nosso Consultório na Rua faz atendimento de saúde, desde o pré-natal, acompanhamento do hipertenso, diabético, e também atendimentos de agravos prioritários, como a questão do dependente químico, principalmente do álcool, tuberculose e DST. Então, a integração de uma médica à nossa equipe é um grande ganho, porque temos a possibilidade de reduzir pacientes na UPA, além do ganho assistencial para este morador em situação de rua”, considera Érica Dias, secretária Municipal de Saúde.

Desafio

Micheline Oliveira Silva, Referência Técnica da equipe Consultório na Rua, conhece as dificuldades enfrentadas para realizar os diagnósticos e tratamentos dessa população. “O tempo de quem vive na rua é diferente. São pessoas que lutam pela sobrevivência no dia a dia. Elas já acordam pensando uma forma de se alimentar naquele dia e onde dormir. Para elas, ir a uma unidade de saúde não é algo simples. Como prescrever uma medicação após as refeições, por exemplo, para alguém que não sabe nem se comerá naquele dia? É um desafio. Por isso, o cuidado de saúde para com essas pessoas demanda um olhar específico, que leva em conta a situação de vida daquele paciente”, disse.

Os casos que exigem mais privacidade podem ser encaminhados para uma Unidade Básica de Saúde para continuar o atendimento de acordo com a necessidade do usuário. Mas o governo municipal já pensa em utilizar, em breve, duas salas onde funciona o Procon Municipal, na rua Edgar Boy Rossi, pra um atendimento mais específico e humanizado. O órgão de Proteção ao Consumidor será remanejado para o Posto do UAI, no bairro Veneza, e assim a equipe do Consultório na rua poderá usar as salas.

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