terça-feira, dezembro 30, 2025
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Diálise peritoneal: uma alternativa segura que permite os pacientes terem mais flexibilidade e autonomia

IPATINGA – Cuidar dos rins vai muito além de manter os exames em dia. Para quem convive com a insuficiência renal, escolher o tipo de tratamento faz toda a diferença na rotina, na autonomia e na qualidade de vida. Nesse contexto, a diálise peritoneal vem ganhando cada vez mais espaço como uma alternativa segura, eficaz e que permite ao paciente seguir com os planos, sonhos e compromissos, sem que a doença seja o centro de tudo.

Diferente da hemodiálise tradicional, realizada em um centro especializado, como o Centro de Terapia Renal Substitutiva do Hospital Márcio Cunha, a diálise peritoneal é feita em casa, de forma programada, respeitando o ritmo de vida de cada pessoa, sendo ofertada através de convênios e SUS. O tratamento utiliza o peritônio, uma membrana natural do abdômen, como filtro para eliminar as toxinas e o excesso de líquidos do organismo. Com orientação adequada e acompanhamento da equipe de saúde, o procedimento passa a fazer parte da rotina de maneira leve e organizada.

De acordo com o médico nefrologista da Fundação São Francisco Xavier, Dr. Reginaldo Machado, a adaptação costuma ser tranquila e, na maioria dos casos, acontece sem grandes dificuldades. “O processo de adaptação à diálise peritoneal é muito tranquilo. Isso depende bastante da interação da família com o paciente e com o centro de diálise. Quando a família se dedica ao treinamento e o paciente tem autonomia para realizar a própria diálise, a experiência flui muito bem. Observamos que a grande maioria segue o tratamento sem problemas”, explica.

A diálise peritoneal é indicada para todos os casos de insuficiência renal, mas apresenta benefícios ainda maiores para os pacientes que buscam mais independência, que trabalham, estudam ou têm dificuldade de deslocamento até um centro de diálise. Por ser um método mais contínuo e suave, também pode ser uma excelente opção para os pacientes mais debilitados, já que o processo ocorre ao longo de mais horas, com menor impacto no organismo.

Entre os principais benefícios estão a liberdade de horários, a redução do tempo gasto com deslocamentos e a possibilidade de manter uma vida mais ativa. “Em termos de autonomia, a diálise peritoneal oferece muito mais flexibilidade. O paciente não fica preso a horários fixos de um centro de diálise. Ele consegue programar as sessões em casa, de acordo com sua disponibilidade, conciliando o tratamento com o trabalho, viagens e momentos de lazer”, destaca o nefrologista.

Outro ponto fundamental para o sucesso do tratamento é o cuidado com a higiene, especialmente para evitar infecções. Segundo o Dr. Reginaldo, esse cuidado é simples, mas essencial. “A higiene pessoal do paciente e do cuidador, principalmente a lavagem correta das mãos, são detalhes importantes. Também orientamos sobre a limpeza do ambiente onde a diálise será realizada, como o quarto, que deve estar sempre limpo e organizado. Com essas medidas, o risco de infecção é significativamente reduzido”, reforça.

Aos 32 anos, a paciente Denise Dantas, moradora de Ipaba, conta que o primeiro contato com a diálise peritoneal aconteceu de forma inesperada, em um momento delicado, no ano de 2020. Ela chegou ao Hospital em situação de urgência, passou mal, foi internada e, pouco tempo depois, já precisou realizar o procedimento para iniciar o tratamento. Mesmo sem conhecer a fundo a técnica, a escolha foi imediata. “Tudo era muito novo para mim, mas só de pensar que eu poderia estar em casa me trouxe mais segurança e um conforto também para a minha mente. Por isso aceitei a diálise peritoneal”, relata.

Com o passar do tempo, vieram o treinamento, o aprendizado e a adaptação à nova rotina. Ela reconhece que o começo exige paciência, como qualquer mudança importante na vida, mas destaca que o processo é mais simples do que parece. “No início a gente “apanha” um pouquinho, até se acostumar, mas depois fica tudo muito natural. É um cuidado que a gente aprende a fazer com carinho, com atenção, e dá tudo certo”, afirma.

A paciente mantém uma boa disposição, consegue cuidar da casa, sair, se divertir e seguir com seus planos com mais flexibilidade. “Assim como qualquer pessoa, há dias em que o corpo pede mais descanso, mas, na maior parte do tempo, me sinto bem e ativa. Eu preciso do tratamento para que minha vida funcione normalmente. Consigo sair, viajar, aproveitar os momentos que eu gosto”, conta.

Apaixonada pelo mar e por piscina, ela lembra que tinha medo de perder esses prazeres, mas encontrou no próprio tratamento soluções que garantem segurança e liberdade. “Uso curativo à prova d’água, posso entrar no mar e na piscina sem problema nenhum. Isso não me atrapalhou em nada. Tenho uma vida normal, aproveito bastante”, destaca.

Para quem está iniciando ou avaliando o tratamento, a mensagem é direta e cheia de esperança. Ela fala sobre coragem, persistência e, principalmente, amor à vida. “Não tenham medo. A diálise peritoneal oferece uma qualidade de vida muito boa. A gente recebe treinamento, aprende, se dedica e consegue. Eu comecei sem saber nada e hoje tenho muito êxito com o tratamento. Se foi bom para mim, pode ser para outras pessoas também. Com positividade e vontade de viver, dá tudo certo”, finaliza.

A diálise peritoneal representa, portanto, uma escolha que vai além do tratamento da doença. “É uma opção que valoriza a autonomia, respeita o tempo do paciente e permite que ele continue sendo protagonista da própria história. Com informação, orientação adequada e acompanhamento multiprofissional, é possível transformar o cuidado com a saúde renal em um caminho mais leve, humano e alinhado aos projetos de vida de cada pessoa”, pontua o médico da FSFX.

Fundação São Francisco Xavier

A Fundação São Francisco Xavier é uma entidade filantrópica que atua desde 1969 e conta com cerca de 6.200 colaboradores. Atualmente, administra duas unidades hospitalares, sendo o Hospital Márcio Cunha com cerca de 70% dos atendimentos pelo SUS, em Ipatinga, e o Hospital Municipal Carlos Chagas com 100% dos atendimentos pelo SUS, em Itabira (MG).

As unidades hospitalares têm uma gestão marcada pela responsabilidade, pela oferta de atendimentos de excelência e pelas melhores práticas de segurança. Além das unidades hospitalares, a Fundação é responsável por administrar a operadora de Planos de Saúde Usisaúde, que possui mais de 200 mil vidas, o Centro de Odontologia Integrada, que mantém os melhores indicadores de saúde bucal já divulgados no Brasil, e o Serviço de Segurança do Trabalho, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente – Vita, que soma mais de 160 mil vidas sob sua gestão.

Na área educacional, o Colégio São Francisco Xavier, unidade precursora localizada em Ipatinga, é referência em Educação na região, com cerca de 2 mil alunos, da educação infantil à formação técnica.

 

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