Suspeita da morte de cinco filhos, em Timóteo, é presa após investigação da Polícia Civil
TIMÓTEO – Após minucioso trabalho investigativo da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), uma mulher, de 40 anos, foi presa preventivamente por suspeita da morte de cinco dos seus sete filhos, além das tentativas de homicídio contra o primogênito e o marido. Os crimes ocorreram em um intervalo de 15 anos, na cidade de Timóteo, Vale do Aço, e a investigada, que deixou o Brasil no curso das apurações, foi detida em Portugal na terça-feira (5/8).
Segundo a delegada Valdimara Teixeira de Paula Fernandes, da equipe de investigação de homicídios em Timóteo, as vítimas fatais tinham entre 10 meses e 3 anos de idade. Duas delas foram mortas em 2010, com diferença de 32 dias entre os óbitos. Em 2019, houve mais duas mortes no período aproximado de dois meses. O quinto caso foi em 2023. Já os atentados contra o primeiro filho e o marido ocorreram em 2008 e 2022, respectivamente.
Durante as investigações, vizinhos, parentes e médicos que atenderam as vítimas foram ouvidos. Também houve levantamentos em campo e análise de prontuários médicos, possibilitando a elucidação dos fatos. “Com as informações obtidas, a PCMG concluiu que a suspeita reduzia o nível de consciência das crianças, por meio de medicação, o que dificultava a respiração, causando asfixia”, explicou a delegada.Conforme completou a policial, há indícios de que a dificuldade respiratória chegou a ser forçada em algumas ocasiões. “Nós temos relatos de que uma das crianças, dos casos de 2010, foi encontrada com uma fralda na boca, retirada antes da chegada dos peritos. E nesse último, de 2023, temos prova testemunhal que sustenta que a criança foi encontrada já em parada cardiorrespiratória com o rosto virado para o sofá”, pontua.
O mesmo modo de agir teria sido empregado pela mulher em relação ao primogênito e ao companheiro, que sobreviveram após atendimento médico.
Fuga e prisão
Valdimara explicou que as investigações tiveram início em 2023, quando houve o registro de ocorrência policial da última morte. “A tia da criança chegou ao hospital falando que já era a quinta morte. Isso chamou a atenção da administração do hospital, que informou a polícia”, disse ao completar que não há registros dos fatos de 2019 e que o caso de 2010 foi encerrado sem definição de autoria, sendo reaberto na investigação recente.
Com o desenrolar das apurações, o trabalho investigativo foi intensificado entre o fim de 2024 e o início de 2025. A mulher então, neste ano, deixou o país com destino a Portugal. No entanto, diante dos elementos de prova reunidos, a PCMG representou pela prisão preventiva da suspeita, e o mandado foi expedido pela Justiça da Comarca de Timóteo.
A partir daí, foi articulada colaboração com o Núcleo de Cooperação Internacional da Polícia Federal em Minas Gerais. Após levantamentos, a equipe da Polícia Civil conseguiu o endereço de onde a suspeita estava residindo e comunicou à Polícia de Portugal. A investigada foi presa no último dia 5 na cidade de Coimbra. O procedimento de extradição da suspeita será definido pelos órgãos competentes.
A investigação permanece em curso pela Delegacia de Polícia Civil em Timóteo, com apoio da Delegacia Regional em Ipatinga e supervisão do 12º Departamento da PCMG.
Por ASCOM-PCMG
