domingo, outubro 12, 2025
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Instalação de antena de celular no bairro Eldorado, em Timóteo, causa revolta em moradores

TIMÓTEO – Pelo menos 20 moradores do bairro Eldorado, em Timóteo (MG), conseguiram paralisar momentaneamente uma obra para instalação de antena de telefonia celular em uma área 100% residencial. As obras para construção da base de instalação da antena [que os moradores afirmam ser da empresa de telefonia Claro] foram iniciadas em um lote vago na rua 129, ao lado do número 936.

 

Um morador que pediu para não ser identificado, contou ao JBN que a movimentação contra a instalação do equipamento, teve início a partir de um documento protocolado com o número 1330/2025 na Prefeitura de Timóteo, pedindo o embargo da construção. Pelas informações que chegaram ao JBN, a obra vinha sendo tocada no “canetaço”, sem a devida licença, e sem projetos. Os moradores estão colhendo assinaturas dos proprietários de imóveis na localidade com a intenção de  acionar o Ministério Público, CODEMA e a Câmara de Vereadores.


A proposta de instalação da antena fica entre duas casas na rua 129, local completamente habitado.


Medo de câncer

Uma moradora residente nas proximidades, que pediu anonimato, relatou neste sábado (11), ao JBN, que já morou ao lado de uma torre, em outro bairro aqui na cidade de Timóteo, e afirmou que teve câncer no intestino, fígado e pulmão, depois da instalação. “Eu mudei do local justamente por ter ficado doente, pois na antiga rua, outras pessoas tiveram a doença depois da torre”, afirmou a moradora de 46 anos, dona de casa. A mesma moradora destacou que inclusive, está com a pressão alterada só de pensar na possibilidade de instalação de uma torre dentro do seu bairro, e nas imediações da sua residência.

 

O JBN conversou com um especialista médico, ele afirmou que ainda não há provas de que as torres causam câncer. “Mas, existem indícios de que moradores que vivem próximos a estas antenas apresentam mais registros de surgimento da doença”, disse o especialista.

 

Estudo – Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizado pela professora Adilza Dode, identificou uma possível associação entre a exposição à radiação de antenas de celular e mortes por câncer. A pesquisa, que analisou dados de Belo Horizonte entre 1996 e 2006, indicou que mais de 80% das mortes por tipos de câncer supostamente ligados à radiação eletromagnética ocorreram em residências a até 500 metros de uma antena. 

 

O estudo da UFMG reforça a necessidade de pesquisas mais aprofundadas sobre os riscos da radiação eletromagnética e de uma regulamentação mais rigorosa sobre a instalação de antenas em áreas residenciais. Além de riscos à saúde, a instalação de antenas pode afetar o meio ambiente e a valorização dos imóveis. 

 

Tese de doutorado – Tese de doutorado da engenheira Adilza Condessa Dode defendida na UFMG revela que há fortes evidências entre mortes por câncer e localização de antenas de celulares em Belo Horizonte. A pesquisa confirma resultados de estudos realizados na Alemanha e em Israel.

Com base no geoprocessamento da cidade, a pesquisa constatou que mais de 80% das pessoas que morreram de cânceres relacionados à radiação eletromagnética – emitida pelos celulares – moravam a cerca de 500 metros de distância de alguma antena.

 

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