Ainda repercute o julgamento mais longo da história do Vale do Aço. Mulher é condenada a 25 anos de prisão pelo assassinato do marido em Jaguaraçu

TIMÓTEO – Ainda repercute no Vale do Aço, o julgamento que durou três dias, o mais longo da história do Tribunal do Júri de Timóteo condenou a 25 anos de prisão, em regime fechado, Luith Silva Pires Martins, acusada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) de planejar e mandar assassinar o marido em 2023, no município de Jaguaraçu, no Vale do Aço. Ao todo, foram 43 horas de julgamento.
No mesmo julgamento, ocorrido entre os dias 6 e 8 de agosto, o MPMG conseguiu também a condenação de João Victor Bruno Coura de Oliveira, que executou o homicídio. A sentença dele foi de 13 anos de reclusão, também em regime fechado, pelo assassinato, e um ano de detenção e 10 dias-multa pela posse ilegal de arma de fogo.
Pelo MPMG, atuaram no caso os promotores de Justiça Frederico Duarte Castro e Jonas Júnio Linhares Costa Monteiro. De acordo com eles, a condenação representa uma resposta estatal a um crime premeditado e cometido com extrema frieza. O homicídio ocorreu no dia 4 de abril de 2023, por volta de 17h, na Fazenda Floresta, num local conhecido como Quilombo/Lavrinha, zona rural da cidade de Jaguaraçu.
Segundo a denúncia do MPMG, esposa da vítima arquitetou um plano minucioso para tirar a vida do marido, com o auxílio de um comparsa. O crime foi motivado por interesses financeiros, já que a mulher possuía diversas dívidas. Além de se apropriar dos bens do marido, ela pretendia receber o seguro de vida dele. Para tanto, prometeu ao comparsa R$ 10 mil para executar o homicídio.
O crime, conforme a acusação, foi cometido com motivo torpe e mediante promessa de recompensa, além de ser praticado com dissimulação, traição, emboscada e com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima. De acordo com a investigação, o homem foi surpreendido dentro de seu carro, sendo atingido por disparos de arma de fogo efetuados pelo comparsa da mulher.
O carro era dirigido pela mandante do crime até o local onde o comparsa aguardava a vítima para executar o homicídio. Segundo as investigações, após os disparos, a mulher ainda ajudou o assassino a fugir. E em seguida, retornou ao local do crime para simular um pedido de socorro. Várias ações que antecederam ao crime foram registradas por câmeras de segurança, que filmaram a mandante e o autor do homicídio juntos no carro, em um posto de combustíveis e em uma loja.
E com o objetivo de forjar um latrocínio, o assassino e a mandante, segundo as investigações, combinaram a simulação do roubo de uma bicicleta que estava na traseira do veículo, a fim de justificar a morte da vítima como resultado de um assalto. Em seu primeiro depoimento, ela deu essa versão dos fatos, mas a história foi desmentida posteriormente pelas provas reunidas durante a investigação.
A defesa de Luith Silva Pires Martins, está composta pelos advogados Lorena Iara Vidal Santos, Larissa Alves de Oliveira, Heraldo Maria de Oliveira, Caio Barbosa Ulhôa e José Constantino Filho Coronel.
O réu João Victor é defendido pelos advogados Flaviano Dueli de Souza e César Junio.
Na acusação dos réus, os promotores de Justiça Frederico Duarte Castro e Jonas Junio Linhares Costa Monteiro, e os assistentes de acusação, advogados Ignácio Luiz Gomes de Barros Júnior, Marina Suda e Isla Karoline.
A sessão do júri foi presidida pela juíza Marina Souza Lopes Ventura Aricodemes.