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POLÍCIA CIVIL deflagra operação contra incêndio florestal em Minas Gerais

REDAÇÃO – A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, nesta terça-feira (18/10), a operação Sentinelas da Floresta, visando reprimir crime de incêndio florestal de grandes proporções, ocorrido no último dia 15 de setembro, no Parque Estadual da Serra do Rola Moça, em Belo Horizonte. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão contra o principal suspeito de envolvimento na queimada que atingiu uma área equivalente a 250 campos de futebol.

Equipes do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), responsável pela investigação, executaram as medidas, requeridas no âmbito do inquérito policial e expedidas pela Justiça, no bairro Barroca, região Oeste da capital. Os mandados tiveram como alvos a residência do investigado, o seu estabelecimento comercial e o veículo utilizado na prática do crime ambiental em apuração.

Durante os trabalhos, os policiais civis apreenderam o celular do suspeito e mídias eletrônicas que serão analisadas e poderão contribuir para o trabalho investigativo em andamento. Também foi localizada uma quantidade de maconha, motivo pelo qual o investigado, que tem 29 anos, foi conduzido à delegacia e autuado por uso de drogas ilícitas.

O chefe do Dema, Bruno Tasca, ressalta que a investigação “tem por objetivo demonstrar materialidade e indícios suficientes de autoria em relação a alguns incêndios florestais que têm ocorrido na região”. O delegado-geral ressalta que trata-se de uma atuação conjunta da PCMG com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e demais órgãos que integram a Força-Tarefa Previncêndio, de prevenção e combate a incêndios florestais.

Investigação

De acordo com o delegado Eduardo Vieira, responsável pelo inquérito, desde que o incêndio florestal foi detectado, além de troca de informações com atores da Previncêndio, investigadores lotados no Dema iniciaram diversos levantamentos de campo, bem como utilizaram drones, com o intuito de colher elementos para elucidação do caso. “Nós conseguimos, no curso das investigações, arrecadar um artefato de fogos de artifício, e aquilo ali, no local dos fatos, já sinalizava uma possibilidade da causa de incêndio criminoso”, observa.

Os policiais também analisaram câmeras instaladas no parque. “Essas imagens, que agora compõem a investigação, nos permitiram, em uma análise detalhada, individualizar o veículo que esteve no topo do parque e o indivíduo [proprietário] que em tese estaria na condução do veículo – o suspeito da investigação. Nós conseguimos visualizar que esse indivíduo chega ao topo e começa a explodir fogos de artifício. Em determinado momento, um desses fogos acaba se dirigindo em direção à mata e inicia-se o incêndio”, descreve Vieira.

Ainda segundo o delegado, o trabalho investigativo aponta que o suspeito possui uma distribuidora de bebidas e comercializa celulares em redes sociais. “Um chamariz utilizado para ganhar atenção, like, seguidor, é justamente promover os produtos que ele vende por meio da explosão de fogos de artifício. Então, ele vende o produto e, ao mesmo tempo, na venda, ele vai explodindo fogos de artifício. Dessa vez, ele esteve no Parque Estadual da Serra do Rola Moça”, conta ao explicar o motivo das buscas no comércio do investigado.

Dimensão

O gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Bueno Belo, explica que o incêndio no Parque Estadual da Serra do Rola Moça consumiu cerca de 250 hectares da unidade de conservação, que compreende ao todo quase 4 mil hectares. A operação de combate às chamas durou dois dias e contou com a participação de mais de cem pessoas, incluindo profissionais de diversos órgãos do Estado e voluntários, com o empenho de dois helicópteros e quatro aviões contratados. O custo total supera R$ 600 mil. “Toda vez que tivermos um incêndio, ele vai gerar um ônus para o estado, mas o mais importante é pensar no ônus para a sociedade. Estamos na defesa de um bem público. Aquele meio ambiente é um dever, mas também um direito de todos, então a gente precisa evitar esse dano. As operações de combate a incêndios, principalmente florestais, são caras, dispendiosas e desgastantes, mas não medimos esforços para conter essa ocorrência”, ressalta Rodrigo Belo.

Segundo o delegado Eduardo Vieira, as investigações da PCMG estão em estágio avançado e, em breve, o inquérito deverá ser finalizado e encaminhado ao Poder Judiciário, não sendo descartada a possibilidade de envolvimento de outras pessoas como coautores.

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