sexta-feira, abril 26, 2024
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Veja 5 hábitos curiosos dos animais na hora do acasalamento e reprodução

Redação – Existem muitos hábitos comuns entre os seres humanos que são peculiares de cada casal no momento de uma conquista ou paquera, para se estabelecer um relacionamento afetivo, que futuramente pode até gerar filhos. No reino animal, esses hábitos e curiosidades também existem. Eles se estendem aos momentos mais íntimos de acasalamento, reprodução e criação de filhotes, por exemplo, e têm relação direta com a vida afetiva dos bichos. Na semana em que se comemora o Dia dos Namorados, o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) destaca cinco hábitos e curiosidades ligadas ao contexto da reprodução dos animais que aproximam o universo dos bichos da realidade dos seres humanos.

As informações foram apuradas com o apoio do veterinário Thiago Lima Stehling, do Centro de Triagem de Animais Silvestres de Minas Gerais (Cetas-MG) em Belo Horizonte, estrutura administrada em parceria entre o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e também de portais especializados em informações sobre animais.

Existem outros dois Cetas em Minas Gerais, localizados em Juiz de Fora e Montes Claros, compartilhados com o Ibama, que também têm por finalidade receber, identificar, marcar, triar, avaliar, recuperar, reabilitar e destinar de volta ao meio ambiente animais silvestres provenientes da ação da fiscalização, resgates ou entrega voluntária de particulares. Além dessas estruturas, é compartilhado entre os dois institutos estadual e federal o único Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) localizado em Nova Lima. Existe ainda uma quarta estrutura, em Patos de Minas, que é um Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), que na verdade é uma combinação do Cetas com o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras). É a primeira estrutura do tipo em Minas Gerais, sendo gerida, exclusivamente, pelo IEF.

Veja as curiosidades:

A dança do Tangará

O Tangará (Chiroxiphia caudata) é uma ave passeriforme que possui cerca de 13 centímetros e carrega um hábito curioso no momento pré-reprodução. Antes de ser escolhido pela fêmea pretendida, o macho apresenta uma espécie de dança pré-nupcial, onde vários machos fazem uma fila e dançam, cada hora um, para uma única fêmea, que escolhe para o acasalamento aquele que mais a agradar. “Ele é um animal que ocorre em Minas Gerais e tem essa curiosidade, da fêmea tomar a decisão de qual vai ser o macho que ela vai se acasalar com base na performance que ela vê”, diz o veterinário Thiago Lima Stehling.

Ema e a inversão de papéis

Enquanto a situação que predomina na natureza são as fêmeas das diversas espécies de animais criarem seus filhotes, no caso das emas (Rhea americana), que é considerada a maior ave da América do Sul, esse papel cabe ao macho. Além de cuidar dos filhotes, também é o macho que cumpre o papel de chocar os ovos colocados pela fêmea, uma situação bastante diferente na natureza.

Cachorro-do-mato e a fidelidade

Mamífero da família dos canídeos, o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) é um animal conhecido na natureza por seu comportamento monogâmico. Ou seja, machos e fêmeas mantém o mesmo casal ao longo da vida reprodutiva e por isso é comum que as ninhadas sejam sempre do mesmo pai e da mesma mãe. “Seus filhotes ficam com os pais até certa idade e depois se desgarram, mas é comum que alguns filhotes mais velhos permaneçam por mais tempo com a família, ajudando inclusive na criação de outros filhotes mais novos antes de se desgarrarem”, acrescenta o veterinário do IEF.

Machos e fêmeas do cachorro-do-mato têm o costume de se manterem no mesmo casal por toda a vida
Aves de rapina e a comida para convencer a fêmea

Algumas aves de rapina como falcões ou gaviões tem o curioso hábito de oferecer comida no momento em que os machos estão cortejando fêmeas para iniciar o processo reprodutivo. “Quando estão começando a pensar na reprodução, é comum os machos abaterem uma presa e oferecerem para a fêmea nesse período do cortejo”, destaca Thiago Stheling.

Gavião-carijó é uma das espécies dos chamados rapinantes que costuma oferecer uma presa para a fêmea no momento do cortejo

Psitacídeos e os casais duradouros

Não é uma regra geral das espécies de psitacídeos, que são papagaios, araras, periquitos, jandaias e maritacas, mas existem exemplos de casais desses animais que se mantêm juntos durante a vida toda. Isso é, inclusive, levado em consideração no momento da soltura desses bichos na rotina das unidades dos Cetas, já que os funcionários procuram devolver juntos no meio ambiente os grupos que foram encontrados juntos.

Uma questão importante da convivência dos psitacídeos é que não necessariamente eles formam duplas de sexos opostos, com o único propósito de reprodução. “Como são animais mais sociáveis, então, a necessidade do animal é mais de companhia de que da reprodução propriamente dita. Pode ser que quando temos duas fêmeas juntas, por exemplo, em algum momento elas procurem um macho para reproduzir, o que também pode acontecer quando dois machos permanecem juntos”, afirma Stehling. Outra curiosidade dos psitacídeos é que os machos das espécies normalmente participam do processo de criação dos filhotes, o que é comum apenas para as fêmeas em grande parte das espécies do reino animal.

União de papagaios em dupla pode existir com o objetivo de reprodução ou apenas de companhia entre indivíduos do mesmo sexo

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