quinta-feira, abril 25, 2024
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Usuários dos CRAS de Timóteo recebem atendimento jurídico gratuito

Timóteo – O município de Timóteo contabiliza mais uma importante ação de cidadania nesta quarta-feira (27), o atendimento jurídico oferecido gratuitamente aos usuários dos seis Centros de Referência da Assistência Social (CRAS). Esta e outras atividades fazem parte da campanha dos 16 Dias de Ativismo pela Eliminação da Violência Contra a Mulher (período compreendido de 25 de novembro a 10 de dezembro) e da Semana da Justiça pela Paz em Casa (25 a 29 de novembro).

O atendimento da comunidade pelos advogados da Ordem dos Advogados do Brasil – seção OAB de Timóteo – parceiros das duas campanhas, teve início às 13h30 e seguiu até 17h. Os funcionários dos CRAS se empenharam em agendar previamente os contatos dos interessados para um bate papo com advogados, a fim de esclarecer dúvidas ou dar seguimento em algum processo estacionado por entrave do sistema.

Na terça-feira (26), foi realizada uma blitz educativa no bairro Funcionários, atividade que contou com o apoio da Polícia Militar.

No início desta semana, durante cerimônia de abertura das campanhas no auditório do Fórum de Timóteo, a Juíza de Direito Auxiliar Especial, doutora Beatriz Machado, fez uma analogia com a música “Era Uma Casa”, um clássico de Vinícius de Moraes lançado em 1980. A juíza comparou a “casa sem teto, sem paredes e sem chão” ao ambiente familiar de muitas pessoas que sofrem com o fenômeno da violência doméstica e familiar no seu dia a dia.

“Uma casa pode não ter nada, mas se não tiver amor se torna um drama humano”, quando propõe que todos façam uma leitura do sofrimento de quem passa pela violência. Segundo a Juíza Beatriz Machado, Minas registra índices alarmantes de feminícídio. 42% destes acontecem no âmbito residencial, além de outros tipos de violência.

“Quando a mulher busca ajuda já é vítima recorrente”, explica. Ela conclama a todos que atuam no atendimento às vítimas a não aplicar a lei com olhos antigos. “Colocamos na mesa sem querer, a nossa concepção particular de vida, de família, o que coloca a vítima em risco. Quando a vítima não tem acolhimento, o devido socorro, pode dar vazão a ações desesperadas. Quando chegamos a ter um caso de feminicídio, o ímpeto de matar provavelmente não foi o primeiro”, completou a Juíza.

Blitz educativa

Na terça-feira (26), foi realizada uma blitz educativa no bairro Funcionários, atividade que contou com o apoio da Polícia Militar. Os motoristas foram abordados por agentes comunitários de saúde da Unidade do João XXIII e membros do Conselho dos Direitos da Mulher de Timóteo (CMDM).

Todos receberam muito bem o material impresso intitulado “Conversa Bigode a Batom”, contou Patrícia Dias, vice presidente do CMDM. “O material foi desenvolvido para empoderar as famílias, num convite à reflexão sobre melhores diálogos em casa e prioridade na educação dos filhos para serem cidadãos do bem. “Os homens também foram nosso foco nesta campanha. O que estamos propondo a eles é uma revisão nos conceitos machistas e a atualização dos conhecimentos com o momento que estamos vivendo”, disse.

A Cabo da 85ª Cia. de Polícia Militar, Louise Coelho de Oliveira, que colaborou na blitz educativa, contou que alguns homens se sentem no direito de agredir. “Eu casei com ela, ela é minha. Foi o que ouvi durante uma ocorrência. Fomos orientados para fazer um boletim de ocorrência com bastantes descrições, de forma que o juiz tenha uma visão do interior daquela casa”, descreveu a psicóloga da corporação que há três meses mora em Timóteo.

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