Seminário “Valorização da Vida” para debater saúde mental e prevenção ao suicídio
TIMÓTEO – Na tarde desta sexta-feira (26), o auditório da Prefeitura de Timóteo foi palco de um encontro emocionante e necessário: o seminário com o tema “Valorização da Vida”, promovido como parte das ações do Setembro Amarelo. O evento reuniu profissionais da saúde, servidores públicos, representantes da sociedade civil e parceiros para discutir estratégias de prevenção ao suicídio e o fortalecimento da saúde mental.
Melissa Letro, uma das organizadoras do seminário, destacou a importância de ações contínuas:
“Esse momento de hoje foi pensado para trabalhar a importância de valorizar a vida, de reconhecer o quanto precisamos cuidar da nossa saúde mental, não só da física. As duas estão entrelaçadas. A expectativa é que todos que participaram consigam detectar sintomas de depressão nas pessoas ao seu redor ou até em si mesmos — e buscar ajuda.”
O seminário contou com dois palestrantes de referência na área da saúde mental:
Mauro Rezende, psicólogo clínico e mestre em Neurociências pela UFMG, trouxe reflexões sobre os impactos da pandemia e do ambiente de trabalho na saúde emocional:
“Vivemos uma era de sobrecarga emocional. O estresse crônico, especialmente no ambiente profissional, tem gerado transtornos que muitas vezes passam despercebidos. Precisamos criar espaços de escuta e acolhimento, tanto nas instituições públicas quanto nas empresas privadas.”
Isabela Messias, médica psiquiatra com ampla formação em psicanálise, psicofarmacologia e transtornos afetivos, reforçou a importância da rede de apoio:
“A prevenção começa com o olhar atento. Quando alguém demonstra sinais de sofrimento psíquico, o acolhimento imediato pode salvar vidas. Em Timóteo, temos o CAPS no bairro Bromélias, que funciona como serviço de porta aberta, além de psicólogos em algumas UBSs. É fundamental que a população saiba que esses recursos existem e estão disponíveis.”
Melissa também lembrou que o cuidado com a saúde mental não se limita ao mês de setembro:
“A gente trabalha também o Janeiro Branco, que é voltado à saúde mental. Mas a verdade é que essa pauta precisa estar presente o ano inteiro. A prefeitura, as entidades e até as empresas privadas devem estar atentas aos sinais de adoecimento emocional em seus colaboradores.”
O seminário reforçou que valorizar a vida é um compromisso coletivo. A escuta, o acolhimento e o acesso à informação são ferramentas poderosas para enfrentar os desafios da saúde mental e construir uma comunidade mais empática e resiliente.