sexta-feira, agosto 8, 2025
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Projetos sociais atestam poder transformador das artes marciais

REDAÇÃO – As artes marciais podem transformar a vida das pessoas, especialmente daquelas em situação de vulnerabilidade social. Esta é a opinião dos participantes da audiência pública realizada pela Comissão de Esporte, Lazer e Juventude da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quinta-feira (7). O debate reuniu lutadores e representantes de entidades que desenvolvem trabalhos sociais.

Um exemplo do poder transformador das artes marciais é do lutador Lucas Kenner, o Xaropinho. Morando em Mateus Leme (Região Metropolitana de Belo Horizonte), ele acumula vários prêmios em competições e é o atual quarto colocado no ranking mineiro de MMA na categoria peso mosca (até 57 kg). “Fui salvo pelo jiu-jitsu”, contou.

Xaropinho lamentou a falta de apoio do poder público para as artes marciais. O universo de esportes como judô, karatê, jiu-jitsu, taekwondo e muay thai só é acessível a muitas crianças e adolescentes por meio de projetos sociais.

Um desses projetos é o Meninos de Raça, que ensina taekwondo para 750 crianças carentes. O idealizador do projeto, o mestre Kildare Travaglia de Castro, reclamou da falta de recursos públicos para financiar a iniciativa. A dificuldade de acesso a editais de incentivo ao esporte é outra dificuldade enfrentada pelos projetos sociais.

Mesmo com poucos recursos, essas iniciativas prosperam em várias regiões do Estado. Em Formiga (Centro-Oeste de Minas), o Instituto Tatame do Bem oferece aulas de judô e caratê para 468 crianças e adolescentes de baixa renda.

Segundo a assessora de projetos Daniane Aparecida Nunes, a entidade atua para afastar os jovens das drogas. Por meio do projeto Formando Campeões, os melhores alunos são selecionados para se tornarem atletas de alto rendimento. Por meio da iniciativa, foram conquistadas 112 medalhas e três cinturões em competições disputadas em 2024.

Governo do Estado e PBH apoiam o esporte

O Governo do Estado desenvolve diversas iniciativas de apoio às artes marciais, segundo a superintendente de Fomento e Incentivo ao Esporte, Nina de Abreu Carvalho. Ela destacou a importância dos Jogos Estudantis, nos quais são disputadas categorias como judô, taekwondo e caratê.

Essas três modalidades de luta também são contempladas com recursos do ICMS Esportivo. Já a Lei Estadual de Incentivo ao Esporte viabiliza o financiamento de diversos projetos por meio de renúncia fiscal. Em 2025, foram investidos R$ 1,6 milhão em cinco inciativas, com 1.155 beneficiados.

Na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o apoio ao esporte se dá em duas frentes principais, como explicou o diretor de Promoção Esportiva Fabiano Peres. O poder público municipal atua na oferta direta de práticas esportivas e com editais de patrocínio de eventos. Além disso, a PBH monitora e orienta a destinação de recursos a projetos sociais por meio de emendas parlamentares.

Deputado destaca a importância das artes marciais

O deputado Mauro Tramonte (Republicanos), que solicitou a realização da audiência pública, ressaltou a importância do esporte para o resgate de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

“É hora de reconhecermos o valor das artes marciais e incentivar o poder público a investir nessas práticas, como forma de construir um futuro melhor para todos”, defendeu o parlamentar. Ao final da reunião, ele disse que vai solicitar a elaboração de estudos para a apresentação de futuros projetos de lei e requerimentos para atender às demandas de valorização das artes marciais.

 

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