quarta-feira, setembro 17, 2025
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Ordem do Mérito Legislativo destaca diálogo e convergência nos 190 anos do Parlamento

REDAÇÃO – Celebrando os 190 anos do Parlamento Mineiro e tendo a primavera como inspiração, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) concedeu, nesta terça-feira (16/9/25), a Ordem do Mérito Legislativo a pessoas e instituições reconhecidas por iniciativas de relevância pública e de promoção da cidadania.

“Servir à sociedade é a mais elevada forma de justiça e, com esse espírito, entregamos a maior distinção dada pela Assembleia de Minas”, afirmou o presidente da ALMG, Tadeu Leite (MDB), em pronunciamento.

A cerimônia de agraciamento foi realizada no Grande Teatro do Palácio das Artes, com apresentação do músico Marcus Vianna e a presença de presidentes de outras assembleias que também completam 190 anos de história este ano.

Tadeu Leite exaltou a presença de parlamentares de outros estados e deputados mineiros, destacando que a trajetória do Parlamento é uma construção de muitos, feita em conjunto.

Tadeu Leite

“Um Parlamento forte é a garantia da liberdade de um povo e é isso que nos move diariamente ao longo de quase dois séculos. Nossa razão de existir é tornar possível o necessário e trabalhar para transformar sonhos em realidades, sempre em busca do bem comum.”
Dep. Tadeu Leite
presidente da ALMG

 

 

Outro destaque da cerimônia foram as imagens de ipês espalhadas pelo Grande Teatro, simbolizando a renovação e a esperança associadas à próxima estação do ano e à trajetória da Assembleia nesses quase dois séculos de história. Para o presidente da ALMG, eles refletem o encontro entre a leveza e a persistência, o raro equilíbrio entre legado e mudança.

Além de emblemáticos para o cerrado mineiro, são justamente os ipês as árvores que rodeiam a praça Carlos Chagas, espaço público de convivência onde se situa o Palácio da Inconfidência, sede da Assembleia de Minas.

Pluralidade de agraciados

Para o presidente Tadeu Leite, a entrega da Ordem do Mérito Legislativo cumpre o papel histórico de reconhecer a dedicação daqueles que colocam talentos e esforços a serviço da sociedade e do engrandecimento de Minas Gerais e do Brasil.

Criada em 1982, a medalha é concedida pelo presidente da ALMG e pelos membros do Conselho da Ordem, nos graus Grande Mérito, Mérito Especial e Mérito.

Este ano, foram agraciados 226 personalidades e instituições. Além dos presidentes das outras assembleias completando 190 anos de história, os quais receberam comenda especial, além da Ordem do Mérito, foram ainda homenageados ex-presidentes do Parlamento Mineiro, já agraciados em outras edições, e pessoas, autoridades, instituições e associações de classe por contribuições dadas em áreas diversas, como política, saúde, justiça, educação, comércio, comunicação, inclusão e cultura.

O presidente da ALMG celebrou a lista de agraciados, afirmando que toda missão empenhada por eles é relevante para a sociedade. Ele citou como exemplo a influenciadora digital Pequena Lo, que atua em prol de direitos da pessoa com deficiência. Mencionou também o papel da Asmare e dos institutos Corre pra Ver e Pernas de Aluguel, destacando que ambos estarão unidos ao Parlamento mineiro no próximo domingo, na Corrida da Assembleia. “São exemplos entre tantos outros aqui presentes que geram impactos visíveis e inspiradores”, afirmou.

Segundo ele, cada homenageado se soma a uma galeria de homens e mulheres de coragem e espírito público que ajudam a construir a história de Minas Gerais. Lembrou, ainda, que neste ano celebramos os 35 anos da Constituição Mineira, a Constituição Primavera.

Parlamento possui trajetória de conciliação e coragem

Além do presidente da ALMG, compuseram a mesa de honra da solenidade parlamentares da Mesa da Assembleia e do Conselho da Ordem, autoridades como o vice-governador Mateus Simões e representantes dos demais Poderes e órgãos públicos, como Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Tribunal Regional Federal de Minas Gerais, Defensoria Pública do Estado e Tribunal de Contas do Estado, além do Governo do Estado de São Paulo.

Orador oficial do evento, o ex-governador de Minas Antonio Augusto Anastasia, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), lembrou momentos de sua atuação exaltando a Constituinte Mineira, que resultou na primeira Constituição Estadual promulgada no País em 1989, após a Constituição Federal de 1988. Ele lembrou ter participado desse momento enquanto assessor do relator à época, deputado Bonifácio Mourão.

O ministro rememorou ainda momentos da história do Parlamento no País, ressaltando que, desde a proclamação da República, Minas era tida como um grande celeiro de homens públicos. Recordou, também, momentos de autoritarismo em que o Legislativo foi fechado, como nos anos 1930, com Getúlio Vargas, e nos anos pós-1964.

A despeito desses momentos, exaltou Anastasia que a Assembleia de Minas foi atuante nas políticas públicas e teve papel fundamental na história do Estado, contribuindo fortemente para a construção de um ambiente de debates e convergências. “Em Minas, podemos ser adversários políticos mas jamais inimigos”, disse.

Nesse sentido, para o ex-governador, a celebração dos 190 anos do Legislativo coroa uma trajetória importante para o Estado. “Minas é equilibro, é diálogo e o Parlamento mineiro impõe essa conduta que oferece o dialogo e a convergência”, analisou Anastasia.

Essa característica foi reafirmada pelo presidente Tadeu Leite. “Aqui em Minas, priorizamos o saber ouvir, o agir com prudência, a busca da conciliação, mas também a coragem e a firmeza de sustentar, mesmo em cenários adversos, os valores inegociáveis e os princípios fundamentais da ordem democrática”, concluiu o parlamentar.

Presidente da ALMG destaca privatização da Copasa

O presidente da Assembleia, Tadeu Leite, em entrevista à imprensa, reafirmou o papel conciliador mas independente do Parlamento mineiro ao longo dos seus 190 anos. Ele destacou ainda a presença de ex-presidentes e parlamentares da ALMG, além de lideranças de outras casas legislativas: “Essa trajetória foi construída a muitas mãos”.

Tadeu Leite falou sobre os desafios que estão por vir como a discussão sobre a privatização da Copasa. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/23, que retira a exigência de referendo popular para a venda de estatais mineiras recebeu, na última segunda-feira (15), alterações na Comissão de Constituição e Justiça. O novo texto, apresentado na comissão, restringe a medida à companhia de saneamento.

Presidente Tadeu Leite fala à imprensa em coletiva após cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Legislativo | Foto: Elizabete Guimarães

Para ele, é preciso avançar com as proposições que permitem a desestatização da Copasa não só para atender ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), mas também, para cumprir o marco legal do saneamento no Brasil, instituído em 2023. O presidente salientou que autorização para passar a empresa pública à iniciativa privada será condicionada ao abatimento da dívida do Estado com a União. Ou seja, os valores obtidos na transação financeira só poderão ser aplicados na amortização dos R$ 170 bilhões que Minas deve ao Governo Federal.

“Nós temos que fazer escolhas nesse momento”, defendeu o parlamentar. Ele acrescentou que dar andamento a essas proposições consolida a adesão ao Propag, que representa para Minas a redução drástica dos juros a serem pagos em comparação com a proposta anterior, o Regime de Recuperação Fiscal. Em 30 anos, a economia aos cofres do Estado pode chegar a R$ 200 bilhões.

Contudo, Tadeu Leite afirmou que a ALMG vai respeitar as posições contrárias e que a oposição terá espaço e escuta. “Seguimos dialogando com o Governo Federal, com o Governo do Estado, com os 76 colegas, deputados e deputadas, a fim de tornar possível a melhor solução para os mineiros”.

Fonte: ALMG

 

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