Testamento de Chica da Silva está disponível para consulta on-line

REDAÇÃO – “Aos doze do mês de novembro de mil setecentos e setenta anos e neste sítio de Macaúbas, eu, Francisca da Silva de Oliveira, andando de saúde natural e em meu perfeito juízo e conhecimento, porém temendo a morte como a todas as criaturas e não sabendo a hora em que Deus Nosso Senhor será servido chamar-me para, e desejando claramente dispor dos bens, evitar qualquer prejuízo que possa sobrar a todos ou algum dos meus herdeiros, pedi e roguei a Francisco José de Sales que este meu testamento e última vontade escrevesse e a meu rogo assinou, o qual faço na forma e maneira seguinte.”
Com essas palavras, a icônica personagem do período colonial brasileiro Chica da Silva inicia seu testamento, escrito no século XVIII, há exatos 255 anos, em 12/11 de 1770, no Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição de Monte Alegre de Macaúbas, em Santa Luzia, região Central de Minas Gerais.
O documento, em quatro folhas de papel feito em tramas de linho e algodão, foi lavrado e cerrado com cinco pontos de linha vermelha e pingos de lacre, sendo reaberto quase 26 anos depois, com a morte de Chica da Silva, em 15/2 de 1796, no Arraial do Tejuco – hoje, Diamantina.
De inegável valor histórico, o testamento foi disponibilizado para a consulta online em 21/10, quando passou a integrar o Acervo Minas Justiça (AMJ), gerido pela Gerência de Arquivo e Gestão Documental e de Gestão de Documentos Eletrônicos e Permanentes (Gedoc) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Com a inserção do documento no sistema, ele poderá ser acessado de forma on-line por qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo. Em apenas uma semana após sua publicação no AMJ, o testamento registrou quase 200 acessos.
