“Militarização das escolas”: Para Sind-UTE/MG, lugar de polícia é nos quartéis e nas ruas, garantindo a segurança da população
BELO HORIZONTE – “Lugar de polícia é nas ruas garantindo a segurança da população e dos bombeiros é apagando incêndios, cuidando de seus deveres legais e constitucionais. Lugar de militar é nos quartéis. A escola é ambiente de professores e estudantes. A militarização das escolas é um programa que vai enfrentar uma resistência aguerrida e combativa de todos nós. Escola é espaço de pluralidade, de construção de uma visão crítica, lugar de professores e professoras, de estudantes, ensinando e aprendendo juntos a construir um mundo melhor”. A declaração é da diretora de Comunicação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Marcelle Amador, contra o intitulado Programa Cívico-Militar proposto pelo governo de Minas para ser implementado em mais de 670 escolas estaduais da capital e do interior.
NA PONTA DA BAIONETA
As escolas selecionadas para participar da proposta de militarização tem até o próximo dia 18 de julho para fazerem a manifestação de interesse.
Marcelle Amador diz que o programa de militarização é apresentado como algo que teve impactos positivos nas escolas piloto, inofensivo e seguro, mas, na verdade, sua essência é de caráter político, autoritário, com claro viés intimidatório e coercitivo. “Até mesmo a ‘manifestação de interesse’, via Superintendências Regionais de Ensino, segue uma lógica perversa de coerção, colocando as superintendências e as escolas na ponta da baioneta”, avalia.
QUESTÃO POLÍTICA E IDEOLÓGICA
Em nota o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) reafirma a disposição de fazer uma resistência combativa à militarização e já prepara uma série de ações para enfrentar a mais recente afronta do governo do Estado à educação pública.
“O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) defende a resistência da comunidade escolar e de toda a sociedade ao Programa Cívico Militar nas escolas públicas do Estado. Para o Sind-UTE, a mais recente afronta do governo do Estado à educação pública é uma ação com claros objetivos políticos e ideológicos, fundamentado em conceitos atrasados do conservadorismo como o militarismo, o autoritarismo e a obediência à hierarquia”, diz o texto.
O documento contra a militarização afirma que “trata-se de um programa frontalmente contrário a tudo aquilo que deve ser uma escola democrática, plural e crítica. Este modelo quer implementar, a partir da escola conceitos ideológicos que não são de todos, que não são inclusivos e não respeitam o ambiente escolar com sua diversidade, suas diferenças, sua função educativa na construção de uma consciência crítica. O governo do Estado quer implementar um modelo de gestão escolar contaminado pela obediência cega, hierarquizada e militarista”.
“Quer transformar – prossegue a nota – a escola pública num meio de transmissão de uma ideologia que representa apenas uma pequena parcela da sociedade, com o objetivo de herdar o espólio eleitoral da extrema direita em Minas Gerais”.
“O Sind-UTE defende e luta por uma educação crítica, libertadora, que contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É exatamente o contrário do que propõe a militarização, por si só, um modelo coercitivo e impregnado de conceitos antidemocráticos, que não respeitam a diversidade e a pluralidade das escolas”, conclui a nota.
RESISTÊNCIA
Entre os movimentos previstos pelo Sindicato na jornada de lutas contra a militarização, estão visitas às escolas selecionadas para o programa, promoção do debate nas comunidades escolares, promoção das Bancas da Educação sobre o assunto; realização de audiências públicas e alternativas jurídicas contra a militarização das escolas.
Concordo com escolas cívico militares . Traz disciplina, bom desempenho no aprendizado. Sem ideologia. Nós pais, filhos e toda comunidade só temos a ganhar. Nossa cidade merece. Juntos por uma educação de qualidade. Todas as cidades serão beneficiadas com escolas cívico militares.