Governo suspende todas as assembleias nas escolares sobre modelo cívico-militar
TIMÓTEO – As assembleias que aconteceriam em todas as escolas estaduais nesta segunda-feira (14), para votar sobre a adesão ao modelo cívico-militar, foram suspensas pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG).
No domingo (13), a SEE enviou um ofício, informando que novas orientações, “fundamentais para a continuidade do processo”, serão enviadas pela secretaria. O memorando informou a expectativa de que as novas diretrizes sejam esclarecidas pelo governador de Minas, Romeu Zema (Novo), e pelo secretário de Educação, Igor Alvarenga, em coletiva de imprensa ainda nesta segunda.
A proposta prevê uma gestão colaborativa entre a Secretaria, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar, com “atuação voltada à promoção de valores como respeito, responsabilidade, cooperação e disciplina”. O objetivo, segundo a SEE/MG, é contribuir para a melhoria da convivência escolar e o fortalecimento da cultura de paz. “O modelo não implica mudanças na estrutura pedagógica, curricular, de pessoal ou de gestão das escolas. Desde que o Governo de Minas adotou a Política Educacional de Gestão de Escolas Cívico-Militares, em 2020, o modelo tem demonstrado resultados positivos em diversos indicadores educacionais. Atualmente, nove escolas participam.”
Já o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), afirma que “escola não é lugar de polícia, não é quartel. Aluno não é soldado. A escola é espaço de diálogo, de reflexão, de respeito às diferenças e, também, de resolução de conflitos. Podem acontecer episódios isolados de violência nesse ambiente, pela convivência entre milhares de crianças e adolescentes. Esses casos devem ser resolvidos pela polícia, quando convocados para tal. No dia a dia, é um absurdo. Os problemas disciplinares devem ser resolvidos pelo corpo docente e demais funcionários, que educam e formam pela reflexão, e não pelo medo, que é a forma como os quartéis fazem isso”.