VEJA VÍDEO: Moradores e comerciantes de Cachoeira do Vale acusam empresas pela poluição do ar
TIMÓTEO (Matéria alterada às 20h42) – Moradores e comerciantes da Avenida Belo Horizonte, no distrito de Cachoeira do Vale, no município de Timóteo (MG), Região Metropolitana do Vale do Aço, estão pedindo providências urgentes contra ao risco à saúde causada pela poluição diária na localidade, causada por densa poeira gerada por caminhões que trafegam pela via e pelas empresas Harsco, Aperam e Bemisa.
Segundo relatos, além dos veículos de transporte de cargas, os moradores do distrito sofrem há anos com a poeira que diariamente é carreada das empresas instaladas nas proximidades. Segundo eles, as residências, comércio e ruas dentro do perímetro urbano, permanecem emporcalhadas o tempo todo.
Além da sujeira mencionada por todos os moradores, a situação traz risco respiratório para crianças, idosos e à segurança viária. Com o asfalto e passeios cobertos por um pó branco, motoristas, motociclistas e pedestres enfrentam condições semelhantes a um “verdadeiro sabão”, aumentando a possibilidade de acidentes.
Indignados com o descaso, moradores e comerciantes da região estão organizando mais um abaixo-assinado que será encaminhado aos órgãos competentes, cobrando mais fiscalização e medidas imediatas para solucionar o problema. Os moradores não descartam a paralisação do trânsito para chamar a atenção das autoridades.
Opiniões
Nesta segunda-feira (18) a reportagem do JBN foi ao distrito de Cachoeira do Vale ouvir os moradores. A dona Maria de Fátima, cantineira, 38 anos, moradora da rua Bahia, disse que mantém a sua casa lacrada para amenizar um pouquinho a sujeira. “As roupas que lavamos são colocadas dentro do quarto para não correr o risco de sujar outra vez. Ela conta que não se pode descuidar de nada. Em questão de segundos, nas vasilhas podemos até escrever”, revelou.
A cantineira ainda fez constar que a população de Cachoeira do Vale está sendo prejudicada pela falta de atenção e atuação do Poder Público no tocante à fiscalização das empresas Harsco, Aperam e Bemisa. “Elas estão acabando conosco”.
O João Vicente, 49 anos, motorista, morador da avenida Belo Horizonte, destacou que além do barulho dos caminhões, convive com a poeira e uma lama fina na época da chuva. “Respirar aqui é um problema. A gente levanta sujo da cama. O trem tá feio. Queremos providências”, pontuou. O motorista ainda acusou as empresas Harsco, Bemisa e Aperam pela situação.
Uma comerciante da avenida Belo Horizonte, que pediu para não ser identificada, afirmou que a sua loja está sendo limpa todos os dias. “Tenho que higienizar prateleiras e piso pelo menos quatro vezes ao dia. Como trabalhamos com alimentos, o cuidado está sendo redobrado. A minha vontade é de fechar, mas penso nos meus funcionários”, reclamou a comerciante, que também não poupou críticas às empresas Harsco, Bemisa e Aperam. “Ela cobra fiscalização do poder público”.
A reportagem do JBN estabeleceu contatos com as empresas citadas na matéria, e com a Prefeitura de Timóteo, mas até o fechamento desta edição não houve manifestação.
NOTA DA PREFEITURA DE TIMÓTEO
Um dia após a publicação da matéria, a Prefeitura de Timóteo enviou o posicionamento solicitado pelo JBN a respeito do assunto abordado. Veja na íntegra o que disse a PMT.
A Secretaria de Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente de Timóteo, em resposta à solicitação deste Jornal sobre a poluição causada por três empresas na região do Distrito de Cachoeira do Vale, esclarece o seguinte:
De acordo com o secretário de Planejamento, Heine Stuart Moura, um projeto da Subsecretaria de Meio Ambiente passará sob o crivo dos conselheiros do CODEMA em reunião agendada para a tarde desta quarta-feira (20/08). O projeto prevê uma nova estrada para acesso dos caminhões que transportam o material pelas ruas do bairro, desviando o tráfego intenso de cerca de 120 caminhões por dia.
Um laudo técnico pericial foi realizado recentemente e atesta a possibilidade do uso da Ponte Mauá, paralela à BR 381, no desvio de 100% do trânsito de caminhões das vias da área residencial do Cachoeira do Vale.
É necessário considerar ainda que o Distrito do Cachoeira do Vale é classificado pelo IBGE como uma área residencial com grande população, embora existam atividades industriais. Exclusivamente, as áreas das empresas Harsco e o pátio do depósito da Aperam, localizados pouco antes de chegar ao Cachoeira do Vale, é classificado como área industrial desde a época da implantação da Acesita.
Fotos e Vídeo: PCReis/JBN – 19.08.20-2025