Diagnóstico precoce e prevenção ainda são as melhores armas no combate ao colesterol
IPATINGA – No Dia Mundial de Combate ao Colesterol, celebrado neste 8 de agosto, médicos e instituições de saúde reforçam um alerta que pode salvar vidas: o diagnóstico precoce e a prevenção são os melhores aliados no combate ao colesterol.
Segundo o Ministério da Saúde, o colesterol elevado, muitas vezes ignorado por ser assintomático, é um dos principais fatores de risco para infartos, AVCs e outras doenças cardiovasculares, sendo responsável por cerca de 30% das mortes registradas no Brasil. Só em 2022, foram mais de 392 mil óbitos por doenças do coração no país, o que equivale a uma morte a cada 90 segundos. Boa parte desses casos poderia ser evitada com simples exames de rotina e mudanças no estilo de vida.
A boa notícia é que o controle do colesterol é possível. Uma alimentação equilibrada, a prática de atividade física, controle do estresse, sono de qualidade e abandono de hábitos como o cigarro e o álcool excessivo fazem toda a diferença. Em alguns casos, o uso de medicamentos também é necessário, sempre com acompanhamento médico. “Cuidar do colesterol é cuidar do corpo inteiro, antes mesmo que os sintomas apareçam. É possível reverter riscos e garantir mais anos de vida com qualidade”, destaca o cardiologista do Hospital Márcio Cunha, Dr. Bruno Nunes.
A alimentação tem um papel decisivo nesse cenário. Segundo o médico, o que se coloca no prato diariamente pode ser um veneno ou um remédio para as artérias. O consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras saturadas e trans — como frituras, embutidos, industrializados e fast food — eleva os níveis do colesterol ruim (LDL). Já as fibras solúveis, presentes na aveia, frutas, legumes e grãos integrais, ajudam a eliminar o excesso de gordura no sangue. As chamadas “gorduras boas”, encontradas em azeite de oliva, castanhas, abacate e peixes como salmão e sardinha, contribuem para o aumento do colesterol bom (HDL), que protege o coração. Além disso, a redução do consumo de açúcar refinado também é essencial, já que o excesso de açúcar pode elevar os triglicerídeos e piorar o perfil lipídico.

Ocardiologista do Hospital Márcio Cunha chama a atenção para os riscos do colesterol alto, especialmente por agir de forma silenciosa e progressiva no organismo. Segundo ele, quando não tratado, o excesso de colesterol começa a se acumular nas paredes das artérias, formando placas de gordura que dificultam a passagem do sangue. Esse estreitamento dos vasos sanguíneos sobrecarrega o coração, eleva a pressão arterial e pode desencadear em infarto, derrame cerebral, angina e até problemas de circulação nas pernas e mãos. Segundo o médico, tudo isso acontece sem que a pessoa perceba. “A pessoa pode viver anos com o colesterol elevado sem sentir nada. Mas por dentro, o corpo já está prejudicado. As artérias ficam mais rígidas, inflamadas, e em algum momento, uma dessas placas pode romper e formar um coágulo. Se esse coágulo entope uma artéria do coração, causa um infarto. Se entope uma artéria do cérebro, é um AVC”, afirma o especialista.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 40% da população adulta brasileira convive com níveis elevados de colesterol. E esse índice atinge, ainda, crianças e adolescentes. Estimativas da Organização Mundial da Saúde apontam que ao menos uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos já apresenta excesso de peso ou obesidade, fatores diretamente relacionados ao aumento do colesterol. Mesmo jovens e pessoas com aparência saudável podem apresentar níveis perigosos, por influência de fatores genéticos, hormonais ou metabólicos.
No Hospital Márcio Cunha, unidade da Fundação São Francisco Xavier, o compromisso com a saúde cardiovascular da população se reflete no acesso facilitado a exames preventivos, incluindo controle de colesterol, glicose e pressão arterial. Pacientes atendidos pelo SUS podem iniciar esse cuidado a partir das Unidades Básicas de Saúde, e quem possui plano de saúde ou deseja atendimento particular pode agendar exames de forma rápida e segura. O hospital também realiza ao longo do ano campanhas de prevenção, check-ups com preços acessíveis e ações educativas para toda a comunidade.
Dr. Bruno reforça que os exames de rotina devem começar cedo, idealmente a partir dos 20 anos, ou antes, caso exista histórico familiar de doenças cardiovasculares. “O colesterol não avisa, mas o exame avisa. É com essa informação que a gente consegue agir antes das consequências”, diz o médico. Ele lembra ainda que cuidar do coração é uma responsabilidade para todas as idades. Na infância, criar bons hábitos é a base para um futuro saudável. Na vida adulta, é fundamental fazer pausas na rotina, manter os exames em dia e adotar uma alimentação consciente. E na terceira idade, o controle dos fatores de risco como diabetes, hipertensão e colesterol é essencial para manter a autonomia, a memória e o bem-estar.
Embora o colesterol elevado seja uma das principais causas de doenças cardiovasculares, é também um dos fatores de risco mais fáceis de controlar. Com pequenas mudanças diárias e atenção aos exames, é possível prevenir complicações graves. Comece onde você está, com os recursos que você tem, e vá avançando dia após dia. O seu coração merece todo esse cuidado. E você também”, pontua.
Hospital Márcio Cunha
Hospital geral de alta complexidade com 60 anos de atuação. Possui 558 leitos e três unidades, sendo uma unidade exclusiva para o tratamento oncológico. Atende a uma população de mais de 1,6 milhão de habitantes de 87 municípios de Minas Gerais e conta com cerca de 500 médicos em 58 especialidades, com prestação de serviços nas áreas de ambulatório, pronto-socorro, medicina diagnóstica, ensino e pesquisa, terapia intensiva adulta, pediátrica e neonatal, urgência e emergência, terapia renal substitutiva, alta complexidade cardiovascular, oncologia adulto e infantil, entre outros. No último ano, foram cerca de 5.200 partos realizados no HMC, cerca de 36 mil internações, mais de 18 mil cirurgias, mais de 60 mil sessões de hemodiálise. Na unidade de oncologia, foram mais de 18 mil sessões de radioterapia e cerca de 33 mil sessões de quimioterapia.
O HMC foi o primeiro hospital do país a ser acreditado em nível de excelência (ONA III), pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Além disso, está classificado pela revista norte-americana Newsweek entre as melhores unidades hospitalares do Brasil, sendo o 6º em Minas Gerais e 27º melhor do país.