sexta-feira, maio 3, 2024
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Devotos consagram-se à Mãe Aparecida neste dia 12

REDAÇÃO – Nesta quinta-feira (12), dia de Nossa Senhora Aparecida, a Consagração Solene à Padroeira do Brasil, que é realizada tradicionalmente às 15h, na Basílica Histórica, aconteceu de forma ainda mais especial, em meio a centenas de devotos que vieram ao encontro da Mãe para celebrar este dia.

A Consagração à Nossa Senhora Aparecida é realizada há quase 70 anos pelos Missionários Redentoristas hoje foi presidida pelo Reitor do Santuário Nacional, Pe. Eduardo Catalfo, C.Ss.R..

Vivemos a grande alegria de celebrar o Dia das Crianças e a festa da Mãe Aparecida, viemos de longe e de perto trazendo sempre no coração esse desejo sincero e constante de amar a Deus com toda nossa força e com todo o nosso coração”, iniciou o Reitor do Santuário.

Pe. Eduardo Catalfo explicou que a leitura de hoje nos fala de um dos maiores e mais importantes profetas do antigo testamento, Jeremias, que no útero de sua mãe, antes ainda de nascer Deus chama o profeta para uma missão“a missão de ser um homem de esperança, proclamando a justiça, proclamando a necessidade de mudança e conversão pra que o Reino de justiça e paz de fato aconteça”.

O Missionário Redentorista enfatizou que todos nós somos chamados por Deus, somos convidados a exercer a nossa missão como cristãos.

Todos nós de alguma maneira recebemos também de Deus essa vocação e o convite de Deus que ressoa em nossos ouvidos como um convite de muita esperança, esperança para que nossa vida alcance de fato a justiça, a alegria, a paz, a fraternidade e tudo isso começa sempre na nossa casa, afinal qual é o melhor lugar do mundo? É a sua casa, tenho certeza disso”.

O reitor lembrou com carinho e felicidade que o Dia das Crianças é comemorado junto com o Dia de Nossa Senhora Aparecida.

“Não sem razão a Festa de Nossa Senhora Aparecida quer marcar o carinho, a ternura da Igreja pelas crianças. Por isso estamos aqui e dirigimos nossas preces e nossas orações à Mãezinha do Céu, para que nós possamos erradicar, sempre e cada vez mais, do Brasil e do mundo, o trabalho infantil”.

E finalizou:

“Lembramos daquilo que o próprio Jesus nos ensina no seu Evangelho: ‘Quem acolhe o menor e ao bem conduz, me acolhe’, diz Jesus. Que a Mãezinha de Aparecida nos proteja e nos guarde sempre. Amém”.

Maria Alice Figueira Campos / A12
Maria Alice Figueira Campos / A12

Há muitos anos o Santuário Nacional tem uma parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região de Campinasuma parceria que busca conscientizar a população a proteger todas as crianças, conhecendo os direitos de cada uma delas e engajando a abolição do trabalho infantil.

A carta pela abolição do trabalho infantil foi lida na Consagração Solene, pelo Ministro e presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Lelio Bentes Corrêa. Leia na íntegra.

Oitava carta de Aparecida pela abolição do trabalho infantil, pelo acesso à educação e pela proteção integral e prioritária de crianças e adolescentes

Carta do Papa Francisco

Papa Francisco, em Carta escrita de próprio punho a este Santuário no ano de 2016, enviada por ocasião da primeira edição deste evento, afirmou que “as crianças são um sinal. Sinal de esperança, sinal de vida, mas também sinal do ‘diagnóstico’ para compreender o estado de saúde duma família, duma sociedade, do mundo inteiro. Quando as crianças são acolhidas, amadas, protegidas, tuteladas, a família é sadia, a sociedade melhora, o mundo é mais humano”.

Segundo relatório publicado em março deste ano, em parceria da Organização Internacional do Trabalho com a UNICEF, em nível global, um bilhão de meninas e meninos vivem em situação de pobreza multidimensional, assim compreendida a falta de acesso à educação, saúde, moradia, nutrição, saneamento ou água. Esse número aumentou em 15% durante a pandemia de Covid-19.

Constatou-se que o número de crianças e adolescentes sem acesso à proteção social está aumentando ano a ano, deixando-os vulneráveis à pobreza, à fome, à discriminação, a doenças e à falta de acesso à educação, além de aumentar o risco de casamento infantil e trabalho infantil.

Nesse contexto, pelo oitavo ano consecutivo, a Justiça do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho e o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), unidos à Basílica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida – padroeira do Brasil, nos termos da Lei n.º 6.802/1980 – e a outros órgãos e entidades parceiros, concitam todos a abraçarem a causa.

É preciso compreender que o trabalho infantil não deve ser naturalizado, pois configura óbice ao pleno desenvolvimento das potencialidades e talentos de crianças e adolescentes, determinantes não apenas para a conquista da felicidade na fase adulta, mas para o exercício do direito a uma infância e adolescência feliz e plena.

Nos termos da Constituição da República de 1988, é proibido qualquer trabalho a adolescentes com menos de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.

A erradicação do trabalho infantil é imprescindível à concretização do direito ao trabalho decente, assim como à inserção do Brasil no cenário internacional de crescimento econômico sustentável, inclusivo e sustentado.

Além disso, é dever constitucional, legal e cristão de cada um e de todos – Estado, sociedade, comunidade e família – conferir proteção integral e absolutamente prioritária a crianças e adolescentes, notadamente a meninos e meninas em situação de maior vulnerabilidade.

Assim, lutemos juntos, sem cessar, para que todas as crianças possam alcançar o desenvolvimento e a felicidade a partir do lúdico. Que crianças e adolescentes, como titulares de direitos, tenham assegurado o acesso primordial à educação pública de qualidade, gratuita, universalizada, atrativa, em tempo integral, que verdadeiramente prepare para o exercício pleno da cidadania.

Não podemos esmorecer. A conscientização é nosso instrumento mais poderoso. Inspirados naqueles que desde o início se dispuseram a enfrentar essa chaga social, engajemo-nos todos nesta luta contra o trabalho infantil, que só cessará quando não houver qualquer criança ou adolescente explorado.

Finalmente, que a escola seja espaço de aprendizagem, de convivência democrática e plural, semeando o gérmen do pensamento reflexivo e crítico, que se converterá em farol a iluminar a senda segura de um futuro mais justo e menos desigual.

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